Depois de um ano em que a pandemia penalizou, vários setores incluindo a banca, Paulo Macedo defendeu que a Caixa Geral de Depósitos vai continuar a crescer e a aumentar os lucros em 2021, mas sem aumentar comissões. O presidente da instituição financeira alerta, no entanto, que os cortes aos custos são para continuar “mesmo depois de concluído o plano de reestruturação iniciado em 2017”, revelou o líder do banco público, numa entrevista concedida ao Jornal de Negócios.
“Não haverá mais nenhum aumento de comissões na Caixa Geral de Depósitos. A Caixa continuará, como até agora, a ser o banco com comissões mais baixas”, sublinhou o executivo que, no entanto, deixa a nota de que o banco vai continuar a crescer, vai continuar a ter lucros. Se temos perspetivas de o PIB crescer mais de 4%, se há um desconfinamento, as empresas começam a voltar à normalidade. Esse caminho está a ser feito. Em teoria, os bancos devem ter melhores resultados, porque a atividade económica também estará melhor”.
Paulo Macedo reconheceu que, devido à pandemia, “tivemos custos de adaptação, custos de segurança e higiene e, sobretudo, quebras de receitas. Cada fator tem as suas especificidades”, no entanto o CEO da Caixa salienta que “no caso das comissões, as transações com cartões de débito já recuperaram e até aumentaram, enquanto a parte com cartões de crédito não recuperou, porque os cartões de crédito são muito mais utilizados nas viagens”.
“Temos também mais negócio no crédito à habitação, devido à política monetária, que mantém as taxas de juro baixas, o que leva as pessoas a comprar mais casas. Mas não podemos dizer que determinada área já recuperou ou vai recuperar daqui a um ou dois anos, temos de ver que há impactos positivos e negativos”, explica Paulo Macedo.
O CEO da CGD esclareceu ainda, entrevista ao Negócios que ” a nossa solução é reduzir custos, que é o que temos feito. A Caixa reduziu custos de uma maneira que eu diria ter sido exemplar, no sentido em que reduziu nas diferentes rubricas. Não foi nas pessoas, ou nas amortizações, ou nas viagens… Foi nas viagens, nos custos com pessoal, nos custos com alugueres, com depósitos, nos custos de transporte, com rendas”.
