Arrendar um estúdio numa residência de estudantes em Lisboa pode custar até 1.600 euros por mês

O número de estudantes do ensino superior, especialmente internacionais, tem vindo a crescer de forma constante, no entanto, a oferta de PBSA (Purpose Built Student Accommodation) ainda é limitada, o que posiciona o país como um mercado promissor para investimentos e operação em alojamento estudantil.

André Manuel Mendes
Dezembro 9, 2024
12:36

O número de estudantes do ensino superior, especialmente internacionais, tem vindo a crescer de forma constante, no entanto, a oferta de PBSA (Purpose Built Student Accommodation) ainda é limitada, o que posiciona o país como um mercado promissor para investimentos e operação em alojamento estudantil.

Conforme revela o estudo The Portuguese Momentum on Student Housing, divulgado hoje pela CBRE Portugal, desde 2020, a Taxa de Crescimento Anual Média (CAGR) mostra um aumento de 9,5% no número de estudantes internacionais e 1,6% no número de estudantes nacionais. Os cinco países cujos estudantes mais procuram o ensino superior em Portugal são o Brasil, Angola, Guiné, Cabo Verde e França, com destaque para a saída da Alemanha e Itália do ranking em 2023.

José Maria Moutinho, Head of Research na CBRE Portugal, comenta que “Lisboa é uma das cidades com menor oferta de PBSA em relação à procura na Europa, com uma taxa de aprovisionamento de 3,7% já considerando o pipeline previsto para os próximos dois anos. Por outro lado, o Porto, apesar de mais consolidado, apresenta também uma taxa de aprovisionamento de cerca de 6,6%, o que é ainda é uma percentagem muito baixa quando comparada com mercados mais maduros, nomeadamente, Amesterdão que regista 22%, Londres com 14,3% ou Dublin com uma taxa de aprovisionamento de 13,1%”.

Atualmente, Portugal conta com 11.250 camas operacionais para estudantes, e estima-se que nos próximos dois anos serão adicionadas mais 2.600 camas ao mercado. Embora a taxa de aprovisionamento nacional esteja em 3,1%, há uma grande disparidade regional, com Aveiro, Braga e Coimbra a registarem maior escassez de oferta. Atualmente, 82% da oferta de alojamento está concentrada em Lisboa e Porto.

As rendas também têm vindo a aumentar, com um estúdio no Porto a variar entre 450 e 900 euros, e em Lisboa a renda pode ir de 650 a 1.600 euros. A taxa de ocupação situa-se em torno de 98%, o que justifica os preços mais elevados.

Para 2024, está previsto um investimento estrangeiro de 200 milhões de euros no setor, incluindo a venda da Home & Co. Campo Pequeno, transação assessorada pela CBRE que quebrou recordes com um preço por cama de 152.000 euros. Além da Xior Student Housing, que detém uma fatia significativa do mercado português com 1.700 camas, o setor de PBSA conta com outros cinco operadores principais que, em conjunto, representam 77% da oferta total.

 

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