Mulheres na liderança
Por Ângela Caetano Pereira, Marketing Manager Portugal da AEG
Há quase 17 anos a trabalhar no Grupo Electrolux, do qual a AEG faz parte, nunca senti que o facto de ser mulher tivesse prejudicado ou dificultado a progressão na minha carreira, tendo-me sido dadas oportunidades como resultado do meu trabalho e capacidades.
Iniciei a minha atividade como gestora das plataformas web do Grupo num projeto que se previa de curta duração, mas rapidamente integrei os quadros da empresa enquanto gestora de marca e de produto e, desde 2012, desempenho a função de Marketing Manager Portugal.
Este meu percurso está alinhado com o propósito e forma de estar do Grupo – Construir uma vida pelo melhor -, o que se materializa na promoção da mudança e em aproveitar todas as capacidades e competências dos colaboradores da empresa.
Felizmente temos vários exemplos de mulheres na liderança nos vários países onde o Grupo Electrolux tem presença. Apenas para citar uma, destaco Anna Ohlsson-Leijon, até recentemente CEO da Europa e, entretanto, promovida a Commercial & Consumer Journey Global, que em diversas ações internas faz questão de incentivar as mulheres a “plantar a semente” e reconhecerem o bom trabalho de outras mulheres.
No entanto, esta não é a realidade que encontramos em todas as empresas e o preconceito de género, a desigualdade salarial e o tratamento diferenciado são alguns dos obstáculos que podemos ainda encontrar no mundo do trabalho, em especial na ascendência a cargos de liderança por parte de mulheres.
As empresas desempenham por isso um papel fundamental na superação destas barreiras, através da identificação de ações internas que permitam e incentivem as mulheres a evoluir na carreira, que promovam o seu empoderamento e ajudem a pôr fim a preconceitos que teimam em existir.
A dificuldade em conciliar a carreira com a vida pessoal é também algo mais real para as mulheres, sobre quem recai ainda uma maior responsabilidade no acompanhamento dos filhos, por exemplo. Por outro lado, e esta é também a minha experiência pessoal, muitas vezes as mulheres tendem a colocar-se demasiada pressão, por querer fazer e ser muitas coisas ao mesmo tempo. Ser mãe e profissional – e acredito que sem dúvida podemos ser ambas – exige a capacidade de aceitar que nem sempre é possível fazer tudo bem e ter coragem para parar ou fazer as mudanças necessárias.
Finalmente, qualquer mulher, desempenhando ou não um papel de liderança, sente a pressão social e o medo de falhar, podendo isso ser atribuído ao facto de ser mulher. Cabe a cada uma de nós focar-se em fazer um bom trabalho, não por se ser mulher, mas por ser uma boa profissional.