Fidelidade traça estratégia para os próximos anos

O Pensar Maior, evento corporativo da Fidelidade, regressou ao MEO Arena com uma edição dedicada ao futuro do grupo e à estratégia e compromissos para os próximos anos. Perto de quatro mil pessoas participaram no encontro.

Executive Digest
Dezembro 10, 2025
12:24

O PENSAR MAIOR, EVENTO CORPORATIVO DA FIDELIDADE, REGRESSOU AO MEO ARENA COM UMA EDIÇÃO DEDICADA AO FUTURO DO GRUPO E À ESTRATÉGIA E COMPROMISSOS PARA OS PRÓXIMOS ANOS. PERTO DE QUATRO MIL PESSOAS PARTICIPARAM NO ENCONTRO.

O MEO Arena, em Lisboa, recebeu mais uma edição do Pensar Maior, o encontro corporativo da Fidelidade que reúne colaboradores, parceiros e convidados da seguradora. Perto de quatro mil pessoas encheram o recinto para acompanhar um programa que combinou apresentações, momentos institucionais e partilha de resultados e estratégia.

O evento marcou o fecho de um ciclo de iniciativas que ao longo do ano juntou equipas em diferentes cidades sob o lema “Road To Pensar Maior”, dedicado à reflexão sobre o futuro da distribuição, a longevidade e o cliente. Nesta edição, o encontro centrou-se na ambição da Fidelidade para os próximos anos, na consolidação internacional e na aposta no compromisso com a longevidade, com foco na poupança, saúde e assistência.

ESTRATÉGIA, CRESCIMENTO E FOCO NO CLIENTE

A sessão de abertura destacou o caminho percorrido pelo grupo e as metas para o novo ciclo estratégico. Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, sublinhou a transformação alcançada na última década, referindo que a Fidelidade multiplicou por dez o negócio internacional, reforçou a liderança em Portugal e alcançou o melhor rating entre as empresas portuguesas. O grupo conta actualmente com mais de dois milhões de clientes digitais e é, segundo o seu responsável, a sétima seguradora mundial no índice de sustentabilidade.

Na parte central da intervenção, apresentou as metas para os próximos cinco anos: atingir 15 milhões de clientes, 10 mil milhões de euros em prémios, presença em três novos países e gestão de 25 mil milhões de euros em activos. A empresa quer ainda manter um return on equity entre 13% e 15%, consolidar a solvência e colocar-se entre as cinco marcas portuguesas mais valiosas.

O responsável defendeu que estas metas assentam numa visão global e sustentável, que combina crescimento orgânico com aquisições, e reafirmou um compromisso: «Queremos ser um exemplo de sustentabilidade, conscientes da responsabilidade que temos para com os nossos clientes, as gerações futuras e o Planeta», afirmou.

Referiu ainda que a transformação digital continuará a ser uma prioridade. «Temos hoje mais de dois milhões de clientes digitais e começámos a introduzir inteligência artificial na forma como trabalhamos», disse, sublinhando que a tecnologia deve servir para reforçar a relação com clientes e parceiros.

A distribuição e a rede comercial mereceram uma parte significativa da intervenção. Rogério Campos Henriques destacou o papel essencial dos mediadores, lembrando que «a verdadeira força continua a estar na rede comercial» e que esta representa «o lado humano que nenhuma tecnologia substitui».

A intervenção abordou também a longevidade como uma das grandes prioridades da empresa. A Fidelidade pretende actuar em três pilares – saúde, assistência e poupança – reforçando ser- viços de apoio digital, cuidados de saúde primários e educação financeira. «Sem poupança, no contexto de uma maior longevidade, não há futuro sustentável», afirmou, apontando o objectivo de duplicar para 6% a quota da poupança dos portugueses gerida pelo grupo.

Na parte final, destacou os factores que considera distintivos da Fidelidade: a capacidade técnica das equipas, a qualidade de serviço, a força da distribuição, a presença internacional, o valor da marca e a cultura partilhada entre colaboradores e parceiros. «Temos uma visão clara, uma estratégia sólida e uma alma única», concluiu, encerrando a intervenção com uma mensagem de confiança no futuro do grupo.

EXPANSÃO INTERNACIONAL E CONSOLIDAÇÃO GLOBAL

A segunda intervenção do Pensar Maior 2025 coube a André Cardoso, membro da Comissão Executiva da Fidelidade, que centrou a sua apresentação no crescimento internacional do grupo e na forma como esse percurso tem reforçado a solidez e a dimensão global da seguradora.

O responsável começou por sublinhar que «o negócio internacional torna a Fidelidade mais forte, mais resiliente e mais preparada para o futuro», descrevendo a evolução dos últimos anos através de três capítulos: o caminho feito nos vários mercados, o impacto dessa expansão na própria companhia e o reconhecimento obtido pelo mercado financeiro.

Na América Latina, região que considerou «uma verdadeira história de sucesso», destacou a consolidação das posições de liderança no Peru e na Bolívia, mesmo em contextos de instabilidade política e económica. No Chile, onde a Fidelidade iniciou actividade em 2020, a ope- ração alcançou em quatro anos o estatuto de sétima maior seguradora do país, já com resultados positivos. «Desde o último Pensar Maior, crescemos 25% em volume de negócios na América Latina, ultrapassando os 1.100 milhões de euros em prémios e com resultados líquidos acima dos 70 milhões de euros», afirmou.

André Cardoso revelou que, no conjunto dos últimos três anos, o resultado acumulado na região já superou o investimento inicial realizado para entrar no continente. «Provámos que é possível crescer por aquisição, como no Peru ou na Bolívia, mas também organicamente, como no Chile ou no Paraguai», disse.

Seguiu-se a Europa, com destaque para a TPC, seguradora sediada no Liechtenstein e presente em vários países, nomeadamente Alemanha, Suíça e Itália. Adquirida em 2019, a TPC «cresceu mais de 50% em prémios e em resultados desde que se integrou no grupo» e tornou-se, segundo o responsável, «uma referência de agilidade e inovação dentro da Fidelidade».

Também o continente africano foi referido, com menção às operações em Moçambique, Angola e Cabo Verde, onde o grupo enfrentou «condições extremas», mas manteve as posições de liderança. «A Fidelidade não existe. A Fidelidade persiste», resumiu.

Na segunda parte da intervenção, André Cardoso explicou de que forma a internacionalização tem transformado a própria organização. Um terço do negócio do grupo é hoje originado fora de Portugal, equivalendo a cerca de dois mil milhões de euros em prémios, e o contributo do negócio internacional para o resultado líquido já ultrapassa 100 milhões de euros anuais.

Por fim, André Cardoso sublinhou o reconhecimento externo da trajectória do grupo. A Fitch atribuiu à Fidelidade a notação A+, reforçada em 2025, e a Standard & Poor’s avaliou-a pela primeira vez com A, tornando-a «a empresa com o melhor rating creditício em Portugal». A emissão de dívida subordina- da foi outro marco mencionado, com a procura do mercado a demonstrar «que os investidores acreditam cada vez mais na história da Fidelidade».

Para o futuro, deixou o objectivo de que metade do negócio do grupo seja gerado fora de Portugal – um avanço em relação aos actuais 30% –, com foco na consolidação das operações existentes e em novas oportunidades, sobretudo na América Latina. «Temos o que é preciso para vencer naquela região», afirmou, prometendo novidades para breve.

INOVAÇÃO, ECOSSISTEMAS E EXPERIÊNCIA DO CLIENTE

A terceira intervenção do Pensar Maior 2025 esteve a cargo de Miguel Abecassis, da Comissão Executiva da Fidelidade, que centrou a sua apresentação na transformação do negócio e no modo como a Fidelidade constrói e reforça a experiência do cliente através de ecossistemas integrados.

O orador iniciou a sua intervenção com uma reflexão sobre a importância do trabalho colectivo, lembrando que os progressos alcançados pelo grupo nos últimos anos resultam de um esforço conjunto. «Não é fruto da ideia de um de nós ou do trabalho de outro de nós. É fruto de trabalharmos juntos. Demos as mãos e caminhámos juntos. Juntos fomos mais longe», afirmou, citando o provérbio africano «Se quiseres ir rápido, vai sozinho. Se quiseres ir mais longe, vai acompanhado».

Para explicar o modo como a Fidelidade tem conseguido concretizar a sua estratégia de transformação, Miguel Abecassis recorreu à imagem de um iceberg em forma de triângulo, representando as três dimensões da actuação da empresa: o trabalho de bastidores, onde se constroem soluções e modelos operativos; e o vértice visível, que corresponde à experiência do cliente – «onde tudo se concretiza para que a vida não pare, mesmo nos momentos mais difíceis».

No primeiro vértice, destacou a construção de soluções e ecossistemas que vão além da oferta tradicional de seguros. Partindo do “negócio-core”, que cobre riscos, descreveu três “anéis” sucessivos que reforçam a proposta de valor: os serviços internos da companhia, as empresas do grupo, e, por fim, as parcerias externas que permitem chegar a novos públicos e adicionar tecnologia e propriedades digitais às interacções com os clientes. «A nossa interacção e engagement com os clientes tornam-se mágicos», disse.

No segundo vértice, o da arquitectura operacional, apontou o trabalho menos visível, mas essencial, que sustenta a eficiência do serviço. Utilizou como exemplo a área da assistência em viagem, em que a digitalização e a auto- mação permitiram reduzir para meta- de o tempo médio de operação – de seis para três minutos.

O terceiro vértice, dedicado à experiência do cliente, foi apresentado como «o teste ácido à qualidade do nosso trabalho». Através de um vídeo exibido no evento, foram mostrados indicadores e testemunhos que ilustram a evolução da relação digital com os clientes. Segundo os dados partilhados, a Fidelidade passou de uma média de uma interacção anual por cliente há dez anos para mais de vinte interacções por ano nas plataformas digitais. Mais de dois milhões de clientes utilizam regularmente as aplicações.

Miguel Abecassis realçou que propriedadades digitatis como as Apps Multicare Vitality, MySavings ou Fidelidade Drive reforçam essa ligação contínua, e que canais como o WhatsApp estão a ganhar relevância nas interacções do dia-a-dia. «A eficiência do serviço, seja na assistência, na participação de sinistros ou nas plataformas digitais, é hoje um elemento central da nossa relação com os clientes», afirmou.

O administrador sublinhou que a empresa mantém uma «incansável obsessão pela melhoria contínua» e identificou dois eixos de trabalho para o futuro: melhorar os ecossistemas existentes e identificar novos espaços de mercado onde a Fidelidade possa desenvolver ofertas diferenciadoras. Entre esses espaços destacou a longevidade, tema que atravessou todo o evento e que considera «incontornável».

Para ilustrar a abordagem centrada no cliente, Miguel Abecassis apresentou um exemplo prático para demonstrar como os diferentes ecossistemas se articulam: mobilidade, casa, saúde, poupança e pets. O caso serviu para identificar oportunidades de melhoria na relação e nas soluções disponíveis, nomeadamente no do- mínio da poupança e investimento. «Provavelmente temos aqui uma oportunidade para desenvolver soluções que respondam às necessidades de clientes com um perfil de risco mais atrevido», afirmou.

VIVER COM MAIOR LONGEVIDADE

Ao juntar-se ao evento, a Dr. Alka Patel, médica especialista em longevidade e medicina do estilo de vida, e fundadora do “Million Hour Club”, partilhou, no seu pitch, uma mensagem inspiradora de incentivo às pessoas a viverem não apenas mais tempo, mas também a viverem de forma mais jovem, mais forte e com maior propósito. O evento contou ainda com um testemunho em vídeo de Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos, que transmitiu a visão do sector finan- ceiro: «somos líderes e queremos esten- der essa liderança», realçando a importância da «maior rapidez e melhor ajustamento dos produtos seguradores às suas necessidades para reduzir a crescente incerteza que está à sua volta».

O Pensar Maior contou ainda com Guo Guangchang, chairman da Fosun International Limited, accionista maioritário do Grupo, que recordou a entra- da da Fosun em Portugal em 2014, destacando o país como «um dos melhores pilares económicos da Europa» e «o país mais importante para a Fosun depois da China». O presidente sublinhou ainda que a Fidelidade «tem de pensar maior para alcançar o topo».

O encerramento do Fidelidade Pensar Maior ficou a cargo de Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade, que deixou uma mensagem final de reforço da cultura, a liderança e a ambição do Grupo. Durante a sua intervenção, anunciou ainda a criação da WeCare, Fundação Fidelidade, que descreve como «não apenas filantrópica e cultural», mas também com a finalidade de combater as mortes prematuras, lembrando que a taxa de mortalidade antes dos 70 anos continua elevada.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Automóveis para executivos”, publicado na edição de Novembro (n.º 236) da Executive Digest.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.