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CENTURY 21 – Tendências do sector imobiliário em 2018
Ao longo de 2018 há principalmente cinco factores que irão caracterizar o mercado imobiliário em Portugal.
Em primeiro lugar, a acessibilidade a soluções de habitação, em linha com o poder de compra dos portugueses. Os preços das casas continuam a aumentar, acima do rendimento disponível das famílias e de forma muito rápida, em vários mercados. Os potenciais compradores estão frustrados com a rapidez com que os preços estão a subir, tendo em conta a oferta compatível com o orçamento de quem pretende comprar, versus o que gostaria de adquirir. A conjugação da falta de oferta com a limitação do poder de compra dos consumidores irá condicionar o ritmo de aumento das transacções.
Em segundo lugar, a tendência crescente da migração para as periferias. Com as limitações da oferta imobiliária e a subida dos preços nos centros das principais cidades, já se está a verificar uma movimentação significativa de famílias para as periferias dos principais centros urbanos. Como consequência, também se começa a registar uma maior pressão nos preços dos imóveis, nestas zonas.
Em terceiro lugar, surge o desafio suscitado pela falta de oferta. As famílias portuguesas são o principal fornecedor de imóveis no mercado, mas muitos proprietários de habitações usadas são cada vez mais “reféns” das suas próprias casas, porque não conseguem encontrar no mercado imóveis ajustados ao que necessitam e podem adquirir. Por outro lado, não estão a ser construídos imóveis adequados à procura e ao poder de compra dos portugueses, seguramente não o suficiente. Há uma clara aposta em habitação para os segmentos médio alto e alto, nas grandes cidades, que está a dar resposta às necessidades de uma pequena parte dos clientes nacionais e da procura internacional. Porém, o que o mercado necessita, efectivamente, é de imóveis para jovens que compram, ou arrendam, as suas primeiras casas, bem como soluções de habitação para famílias de classe média e média baixa, ajustadas ao seu poder de compra.
Em quarto lugar, reabilitação e obra nova. É expectável que ambas venham a registar um aumento significativo no número de transacções residenciais, dada a escassez de imóveis com valores ajustados à procura actual, nos segmentos médio e médio baixo. Esta dinâmica irá equilibrar e diminuir a pressão sobre os preços, em especial nos imóveis usados, que começam a competir directamente com os imóveis novos. Assim será mais difícil para os proprietários de casas usadas venderem a preços equiparados aos de imóveis reabilitados ou novos.
Em último lugar, destaque para a tecnologia. O sector imobiliário é um negócio que envolve, tipicamente, a maior aquisição – e também a mais emocional, juridicamente mais complexa e potencialmente mais arriscada – da vida das pessoas. Necessita, incontornavelmente, de integrar aconselhamento especializado, porque uma transacção imobiliária implica sempre a interacção de pessoas e o estabelecimento de relações. Contudo, as tecnologias, como por exemplo os sistemas de Blockchain, prometem revolucionar, no futuro, a gestão processual das transacções imobiliárias, tornando este processo mais rápido e transparente, o que irá permitir que os agentes imobiliários sejam mais eficientes, se centrem ainda mais nas pessoas e na prestação de um serviço cada vez mais customizado.