CENTRAL DE CERVEJAS – Produção além-fronteiras

Só em 2017, 11 milhões de litros de Cerveja Sagres foram produzidos em Angola. E este número é ainda mais impressionante se pensarmos que a produção da cerveja de marca portuguesa começou apenas em Março daquele que foi o primeiro ano de operações da fábrica da Sodiba. Esta fábrica, situada em Luanda, foi inaugurada no final de 2016 com tecnologia de última geração e produz a Cerveja Sagres exactamente nos mesmos moldes e com as mesmas condições com que a cerveja é produzida em Portugal.

Nuno Pinto de Magalhães, director de Comunicação e Relações Institucionais das Central de Cervejas e Bebidas, explica à Executive Digest como a Sagres se tornou a primeira cerveja internacional a ser produzida em Angola e qual a estratégia da empresa para o continente africano.

Desde o início de 2017 a Central de Cervejas passou a ter direitos de licenciamento de produção local sobre a marca Sagres em Angola. Qual o balanço da exploração desta marca e da produção naquele país?

A presença da Cerveja Sagres em Angola, produzida pela Sodiba, empresa angolana que assinou um trademark license agreement com a Central de Cervejas, está a ser um impacto muito positivo em termos de qualidade e sabor da cerveja produzida, bem como de alcance geográfico, com a Cerveja Sagres a chegar a 16 das 18 províncias de Angola, pela primeira vez na sua história.

Estamos já com uma presença sólida nos diferentes canais, Mercado Informal, Horeca e Off-Trade e temos estudos que demonstram que a larga maioria dos angolanos já provou Sagres. Em 2017, de Março a Dezembro, o volume de vendas foi superior a 11 milhões de litros e prevemos que este volume seja, pelo menos, duplicado em 2018.

Na prática existe uma exportação dos ingredientes da cerveja Sagres, mas a produção é feita em Angola. Por que é que este tipo de solução se apresentou mais interessante do que a exportação do produto final?

A cerveja Sagres tinha uma presença pouco relevante em Angola, nos últimos anos, enquanto cerveja importada, tendo ficado mais residual após a subida das taxas aduaneiras para as cervejas importadas em Angola e a dificuldade de obtenção de divisas, a par da instalação no território angolano de novas unidades cervejeiras de produção local.

A Sagres foi a primeira cerveja internacional a ser produzida em Angola. Como é que os angolanos receberem a notícia e a marca?

Sentimos que há uma grande afinidade do consumidor angolano com a Sagres. É uma cerveja presente ininterruptamente em Angola desde a década de 60 que, em determinados períodos, foi praticamente a única cerveja do mercado, mantendo uma quota muito relevante de mercado até ao início do século XXI, sempre como cerveja importada.

A produção local de Sagres, iniciada em 2017, tornou-se para os angolanos um orgulho nacional, na medida em que a unidade da Sodiba, com infraestruturas e equipamentos de última geração, permitiu garantir os padrões de qualidade e de frescura da cerveja Sagres, de forma idêntica às suas características de origem.

Quanto é que o mercado angolano representa nas vendas totais?

Em 2017, a exportação representou cerca de 12% em volume nas nossas vendas globais de cerveja.

Neste ratio não estão incluídas as vendas em Angola, sob licença de produção na Sodiba. Se considerássemos por mero exercício como vendas de exportação (que não são), o ratio seria de 17%.

Há planos para o mercado moçambicano além das exportações?

No caso da Cerveja Sagres mantemos as exportações, embora seja público que o grupo Heineken está já a construir uma fábrica local, com previsão de início de actividade em 2019.

Em que medida o continente africano, no seu conjunto, é estratégico para a marca?

É extremamente importante e para nós. África não passa unicamente pelos PALOPS, mas sim por outros países como Senegal, Costa do Marfim e Gana, com elevado potencial.

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