Um grupo de funcionários da Amazon diz que a empresa ameaçou demitir dois trabalhadores por se manifestarem contra as políticas ambientais da empresa, avança a “CNBC”.
Em comunicado divulgado no Twitter esta quinta-feira, funcionários da Amazon a favor da justiça climática disseram que vários funcionários foram contactados por representantes legais e de recursos humanos, por estarem a violar a política de comunicação externa da empresa.
Dois funcionários foram informados de que as suas funções seriam encerradas se continuassem a falar sobre os negócios da Amazon, disse um porta-voz do grupo à CNBC.
Maren Costa, designer de user experience, foi um dos funcionários que a Amazon ameaçou demitir. No comunicado, Costa disse: “Não é hora matar os mensageiros. Este não é o momento de silenciar aqueles que falam”.
A Amazon também ameaçou rescindir com Jamie Kowalski, engenheiro de desenvolvimento de software, de acordo com o “The Washington Post”, que avançou com a notícia na quinta-feira. Kowalski e Costa disseram que receberam cartas de um dos advogados da Amazon depois de se manifestarem publicamente em Outubro, informou o mesmo meio de comunicação.
No comunicado, o grupo de funcionários afirmou que a Amazon mudou a sua política em Setembro e que a actualizada “exige que os funcionários tenham aprovação prévia para falar sobre a Amazon em qualquer fórum público sempre que são identificados como funcionários”.
No entanto, Jaci Anderson, porta-voz da Amazon, disse que a política de comunicação da empresa não é nova. Em Setembro, a Amazon tentou facilitar a possibilidade de os funcionários falarem, adicionando um formulário na intranet onde os funcionários podiam obter aprovação; antes disso, eles precisavam obter aprovação directa de um vice-presidente sénior. Ela acrescentou que os funcionários são “incentivados a trabalhar em equipas” e podem sugerir “melhorias na forma como operamos por meio desses canais internos”.
Os funcionários da Amazon têm pressionado cada vez mais a empresa a lidar com o seu impacto ambiental. Na reunião anual de accionistas da Amazon, em Maio, milhares de funcionários enviaram uma proposta pedindo ao CEO Jeff Bezos para desenvolver um plano abrangente de mudança climática e reduzir a pegada de carbono, apesar de ter sido rejeitada. A proposta foi baseada numa carta de um funcionário publicada em Abril que acusava a Amazon de doar a legisladores que atrasavam as alterações climáticas e instou a empresa a fazer uma transição longe dos combustíveis fósseis.
Em Setembro, Bezos anunciou que a Amazon pretende confiar inteiramente em energia renovável até 2030 e ter emissões de carbono zero até 2040. Estes planos foram amplamente vistos como uma resposta aos funcionários.
No dia seguinte ao anúncio de Bezos, mais de 1000 funcionários juntaram-se à Manifestação Global do Clima para protestar contra as políticas climáticas da Amazon.














