Como a Fexibilidade no Staffing está a reescrever o futuro do trabalho

Opinião de Carlos Gonçalves, diretor de Trabalho Temporário na Adecco Portugal

Executive Digest
Agosto 12, 2025
11:31

Por Carlos Gonçalves, diretor de Trabalho Temporário na Adecco Portugal

Vivemos um tempo em que a única constante parece ser a mudança. E, num mercado de trabalho onde os modelos tradicionais já não respondem com eficácia às exigências de um mundo em permanente transformação, a flexibilidade deixou de ser um “nice to have” para se tornar um eixo central da estratégia organizacional, tanto para as empresas como para as pessoas.

O conceito de trabalho flexível tem vindo a ganhar relevo — não apenas enquanto resposta a picos de atividade ou substituições, mas como uma abordagem estruturada à gestão de talento. Trata-se de construir equipas ágeis, acelerar o time-to-market, testar novos modelos operacionais e garantir resiliência num cenário onde a previsibilidade é cada vez mais relativa.

Este movimento reflete também uma mudança na forma como os próprios profissionais encaram as suas carreiras. De acordo com o estudo Global Workforce of the Future 2024, mais de 70% dos profissionais dizem valorizar formas de trabalho que lhes ofereçam maior autonomia, equilíbrio e flexibilidade. Este número ganha ainda mais expressão quando olhamos para as novas gerações: para muitos jovens, a ideia de um emprego “para a vida” já não faz parte do seu horizonte, o que obriga as empresas a repensar os seus modelos de contratação, integração e desenvolvimento

Ao mesmo tempo, as empresas enfrentam uma equação complexa: escassez de talento em áreas críticas, pressão para controlar custos, necessidade de acelerar a digitalização e, em muitos casos, uma urgência em redesenhar os seus modelos de operação. A flexibilidade surge, assim, como o ponto de equilíbrio entre a resposta tática e a visão estratégica permitindo ajustar rapidamente estruturas, testar novos modelos e, sobretudo, construir equipas mais resilientes.

Mas, importa sublinhar que a flexibilidade não é sinónimo de improviso. Pelo contrário, exige planeamento, visão de longo prazo e uma abordagem centrada nas pessoas. As organizações que integram o trabalho temporário de forma estratégica, como parte de um plano estruturado de gestão de talento, são também as que melhor respondem à mudança. Estão menos expostas à disrupção e mais preparadas para explorar novas oportunidades — ao mesmo tempo que oferecem percursos de desenvolvimento a quem integra estas equipas.

Mais do que uma tendência conjuntural, a flexibilidade laboral aponta para uma transformação estrutural da forma como pensamos o trabalho. O desafio passa por garantir que essa flexibilidade é implementada com intencionalidade, equidade e foco na criação de valor para o negócio, para os profissionais e para a sociedade.

O futuro do trabalho não será construído sobre rigidez, mas sim sobre a capacidade de adaptação. E será essa agilidade, estratégica, humana e bem sustentada, a definir quem lidera e quem resiste à mudança.

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