Sobreviveu… mas a que custo? Von der Leyen enfrenta Parlamento dividido

Ursula von der Leyen e a sua equipa da Comissão Europeia sobreviveram à moção de censura votada esta quinta-feira no Parlamento Europeu, mas a votação revelou fissuras políticas que poderão fragilizar o segundo mandato da presidente. Apesar de rejeitada por 360 eurodeputados, a moção contou com 175 votos a favor e 18 abstenções, numa votação marcada também pela ausência de 166 parlamentares.

Executive Digest
Julho 11, 2025
17:32

Ursula von der Leyen e a sua equipa da Comissão Europeia sobreviveram à moção de censura votada esta quinta-feira no Parlamento Europeu, mas a votação revelou fissuras políticas que poderão fragilizar o segundo mandato da presidente. Apesar de rejeitada por 360 eurodeputados, a moção contou com 175 votos a favor e 18 abstenções, numa votação marcada também pela ausência de 166 parlamentares.

A quebra de apoio em relação à aprovação da Comissão, em novembro de 2024, é notória, como conta a ‘Euronews’. Entre os socialistas, apenas 98 dos 136 eurodeputados participaram, e vários membros dos Verdes, do Renew Europe e da Esquerda optaram por se abster ou não votar como forma de expressar descontentamento com a atual orientação política da Comissão — em particular nas áreas da migração, política externa e ambiente.

O partido italiano Fratelli d’Italia, que ajudou à aprovação da Comissão no ano passado, recusou-se agora a tomar posição, numa tentativa de evitar divisões internas. Já os Verdes mantiveram formalmente o apoio a von der Leyen, mas alertaram para o afastamento crescente da Comissão em relação à agenda climática, que dizem estar a ser diluída.

A moção, promovida pela extrema-direita, poderá ter servido de teste à resistência política da presidente, com os seus proponentes a falarem numa “vitória simbólica”. O eurodeputado Gheorghe Piperea deixou no ar a possibilidade de uma nova moção após o verão, ao mesmo tempo que von der Leyen se prepara para uma dura batalha orçamental para o período 2028-2034.

Garantir o equilíbrio entre investimento social e aumento das despesas em defesa será o principal desafio. A presidente prometeu manter o Fundo Social Europeu como prioridade, em troca do apoio dos socialistas, mas enfrenta agora expectativas elevadas dos vários grupos que a defenderam — cada um exigindo contrapartidas nas negociações do próximo orçamento da União Europeia.

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