O mês de maio de 2025 registou um aumento significativo nas insolvências em Portugal, com um crescimento de 34% face ao mesmo período do ano anterior, totalizando 425 processos. Em contraste, a criação de novas empresas voltou a cair, num recuo de 17% relativamente a maio de 2024, refletindo um abrandamento na dinâmica empresarial no país.
Segundo os dados mais recentes da Iberinform, o acumulado do ano até maio revela um cenário preocupante: as insolvências aumentaram mais de 16% face a 2023 e cerca de 12% em relação a 2024, totalizando 941 empresas insolventes no período, o que representa um crescimento global de quase 12%.
No detalhe, entre janeiro e maio, as insolvências iniciadas pelas próprias empresas subiram 34%, com 120 pedidos adicionais, enquanto os processos impulsionados por terceiros cresceram 16%, o equivalente a mais 42 empresas. Por outro lado, os encerramentos com plano de insolvência diminuíram mais de 18%, com quatro casos a menos face ao ano anterior.
Geograficamente, os distritos de Lisboa e Porto continuam a liderar no número absoluto de insolvências, com 420 e 419 casos, respetivamente, correspondendo a aumentos de 18% e 12%. No entanto, as regiões do interior e as regiões autónomas apresentam os maiores aumentos percentuais, destacando-se Castelo Branco (+55%), Leiria (+50%), Viana do Castelo (+48%), Bragança (+44%) e Vila Real (+43%). Em sentido contrário, Madeira, Viseu e Guarda registaram decréscimos significativos nas insolvências.

Por setores, a Agricultura, Caça e Pesca (+119%), a Indústria Extrativa (+100%) e as Telecomunicações (+100%) lideram os aumentos nas insolvências, enquanto o setor da Eletricidade, Gás e Água é o único a registar uma queda substancial.
No que toca à criação de novas empresas, maio de 2025 foi o segundo mês consecutivo de queda, com 3.726 novas constituições, menos 17% face a maio do ano anterior. No acumulado do ano, a diminuição situa-se nos 1,2% em comparação com 2024 e nos 1,5% face a 2023.
Lisboa mantém-se como o distrito com maior número de novas empresas (7.111), apesar de uma redução de 3,8%, seguida do Porto, com 4.056, que apresenta uma queda de 1,4%. Os maiores recuos percentuais nas constituições ocorreram em Horta (-29%), Faro (-11%) e Aveiro (-7%), enquanto Viseu (+20%), Évora (+18%) e Guarda (+14%) destacaram-se com crescimentos expressivos.
Apesar do contexto global desfavorável, alguns setores registaram crescimento na criação de empresas, nomeadamente a Agricultura, Caça e Pesca (+26%), Construção e Obras Públicas (+13%), Indústria Transformadora (+2%) e Outros Serviços (+2%). Por outro lado, Telecomunicações (-38%), Transportes (-26%) e Eletricidade, Gás e Água (-23%) sofreram as maiores quedas.














