Afinal, UE pode avançar com um subsídio para venda de carros elétricos para combater ‘invasão’ chinesa
A União Europeia prometeu ajudar a indústria automóvel europeia através da utilização de subsídios pan-UE para aumentar a procura de veículos elétricos (EV). Teresa Ribera, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, disse ao ‘Financial Times’, no Fórum Económico Mundial, em Davos, que as autoridades ainda estavam a “moldar” opções para um programa de incentivos.
“Faz sentido ver como poderíamos descobrir, numa perspectiva pan-europeia, como facilitar as medidas em vez de recorrer a subsídios nacionais”, indicou Ribera, alertando contra uma “corrida em que poderíamos estar a confrontar um modelo nacional versus outro”.
Muitos Estados-membros da UE oferecem incentivos para os EV, mas os termos variam muito e vários países não oferecem quaisquer subsídios de compra, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.
Um desafio para Bruxelas seria conceber um regime que estivesse em conformidade com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), evitando ao mesmo tempo que os subsídios fluíssem para os fabricantes de automóveis chineses, cuja quota de mercado está a crescer rapidamente.
Segundo Ribera, há um “equilíbrio complicado” a atingir entre a eletrificação rápida e “um desfasamento com a capacidade das marcas europeias fornecerem em quantidade e qualidade aquilo que gostaríamos de ver circular nas nossas estradas”.
A comissária, responsável pela estratégia da ‘indústria verde’ da UE, frisou que um possível esquema de incentivos seria uma das várias medidas para apoiar um setor considerado vital para a economia europeia. Os fabricantes de automóveis europeus “precisavam de uma visão abrangente sobre como atualizar as suas capacidades e acompanhar o que já está a ser exigido em todo o mundo”, salientou.
Ribera afastou o prazo de 2035 como fim de novas vendas de motores de combustão interna porque a indústria automóvel queria “previsibilidade e clareza”. “Não faz sentido reabrir a discussão quando isso proporciona alguma certeza e puniria os pioneiros que levaram isto a sério, sem quaisquer vantagens potenciais para aqueles que ainda precisam de avançar.”
No entanto, mostrou abertura à flexibilidade nas metas anuais de vendas de EV e às multas que os fabricantes de automóveis enfrentam por não as cumprirem: segundo os fabricantes automóveis, o pagamento de multas apenas prejudicará os seus planos de investimento em EV, enquanto a compra de créditos aos fabricantes chineses ajuda os concorrentes chineses.