Carlos Tavares poderá gerir a TAP? Empresário admitiu ‘luz verde’ por parte do ex-CEO da Stellantis
Carlos Tavares, gestor português que se demitiu recentemente como CEO da Stellantis, que inclui marcas como Peugeot e Citroën, poderá assumir a liderança da companhia aérea portuguesa TAP.
A decisão surge poucos dias depois de Paulo Pereira, empresário e proprietário da Agribéria em Orléans, revelar que Carlos Tavares aceitou a proposta de se candidatar à liderança da TAP, de acordo com o ‘Lusojornal’. O anúncio foi feito durante um seminário na Universidade Lusíada, no Porto, onde Paulo Pereira afirmou ter convencido o gestor português a aceitar o desafio de dirigir a companhia aérea.
“Falei com o Carlos Tavares e convenci-o a assumir o desafio de gerir a TAP”, afirmou.
A proposta para Carlos Tavares liderar a TAP nasceu há alguns meses, durante um jantar na Quinta da Pacheca, no Douro, onde a situação financeira da empresa foi discutida, revela a mesma fonte.
Paulo Pereira, que defende a manutenção da TAP como uma empresa portuguesa, sugeriu Tavares como a pessoa ideal para a tarefa, o que terá sido prontamente aceite pelo gestor. Desde então, Paulo Pereira tem reunido com várias entidades, enquanto Carlos Tavares planeava uma saída antecipada da Stellantis, originalmente prevista para 2026.
Segundo o relatório anual apresentado à SEC, em 2023, Carlos Tavares recebeu cerca de 36,5 milhões de euros na Stellantis, um aumento de 55,6% face a 2022 e de 90,5% em relação a 2021. A maior parte deste valor (93%) resultou de complementos e prémios de desempenho, somando-se ao salário-base de dois milhões de euros, revela o ‘El País’.
Este rendimento colocou Tavares como o executivo do setor automóvel mais bem pago da Europa, ultrapassando de longe Luca de Meo, CEO da Renault (5,3 milhões de euros), e Oliver Blume, CEO da Volkswagen (9,7 milhões de euros).
Apesar dos resultados financeiros impressionantes – com lucros líquidos de 16,8 mil milhões de euros em 2022 e 18,6 mil milhões em 2023 –, o salário de Carlos Tavares gerou polémica. A aprovação dos acionistas quanto à sua remuneração caiu de 80% em 2022 para 70% em 2023.
A discrepância salarial também foi alvo de críticas, com Tavares a auferir 518 vezes o salário médio dos trabalhadores da empresa, que era de 70.404 euros anuais em 2023.