Repsol aposta em Sines com investimento de 15 milhões de euros em hidrogénio verde
A Repsol prepara-se para investir em Portugal com um eletrolisador de quatro megawatts (MW), capaz de gerar 600 toneladas de hidrogénio por ano. A petrolífera espanhola decidiu transferir parte dos seus investimentos para Portugal, como forma de protesto contra as medidas fiscais do Governo de Pedro Sanchéz.
Fontes da Repsol revelaram à Europa Press que a decisão de avançar com o projeto em Portugal está relacionada com o apoio recebido para a expansão do Complexo Industrial de Sines, considerado uma iniciativa de Potencial Interesse Nacional (PIN) pelo Governo português. Esta classificação é atribuída a projetos que trazem um impacto significativo para a economia do país.
Entretanto, em Espanha, a empresa tem mantido alguns dos seus investimentos industriais em “stand-by” devido à incerteza regulatória e fiscal. A Repsol tem sido afetada pelo imposto extraordinário sobre o setor energético, implementado pelo Governo espanhol em resposta à crise causada pela guerra na Ucrânia. Este imposto, inicialmente aprovado para os anos de 2023 e 2024, já gerou mais de 2,4 mil milhões de euros em receita para o Governo. A Repsol foi uma das empresas mais penalizadas, tendo pago quase 800 milhões de euros nos últimos dois anos.
A incerteza em Espanha fez com que a Repsol mantivesse em pausa investimentos na ordem dos 1.500 milhões de euros, que afetam projetos importantes em regiões como Euskadi, Tarragona e Cartagena. Um dos maiores projetos em risco é a construção de uma central de valorização de resíduos em Tarragona, avaliada em 750 milhões de euros, bem como a instalação do maior eletrolisador de Espanha, com 150 MW de capacidade e um investimento de 300 milhões de euros.
O CEO da Repsol, Josu Jon Imaz, já havia indicado, numa conferência com analistas, que a empresa estava a avaliar alternativas fora de Espanha, com Portugal a surgir como um destino atrativo para os seus investimentos industriais.
Em Portugal, a Repsol tem planos para investir 657 milhões de euros na ampliação do Complexo Industrial de Sines, para construir duas novas fábricas de produção de polímeros 100% recicláveis para as indústrias automóvel, farmacêutica, agroalimentar e outras.