A análise de Nuno Mendonça, Director-geral da Audi em Portugal
O 37º Barómetro da Executive Digest evidencia um sentimento económico positivo com mais de 80% das empresas inquiridas a apontar um crescimento do volume de negócios em 2024 face ao ano anterior, evidenciando que, apesar da tensa situação geopolítica internacional e das, ainda muito elevadas, taxas de juro, as empresas têm conseguido ultrapassar com sucesso estes condicionalismos. Contudo, e tendo em conta que menos de metade dos entrevistados estão com expectativas de crescer em termos de exportações, fica evidente que o consumo interno está a ser o principal motor da tendência positiva verificada. Esta realidade é compreensível dada a instabilidade macroeconómica verificada em alguns dos principais mercados-alvo das exportações nacionais, como o francês, onde a instabilidade política é assinalada com preocupação por cerca de 40%. As perspectivas económicas para 2025 mantêm, de forma moderada, a tendência positiva deste ano, a qual pode estar ligada à percepção positiva do pacote de 60 medidas recentemente apresentadas pelo Governo para apoio às empresas e economia, pacote este que deixa mais de 80% confiante ou muito confiante em relação ao mesmo. Entre as medidas propostas, a redução gradual do IRC até 15% e a maior rapidez nos pagamentos do Estado são as duas iniciativas mais aplaudidas pelos empresários, sendo que do ponto de vista de incremento da competitiva de Portugal destacam-se o Programa de qualificação das PME e o Programa de apoio à internacionalização de empresas e marcas nacionais. Em suma, a economia nacional continua a apresentar uma grande resiliência, mesmo perante diversos factores externos negativos, algo a que não é alheio a histórica capacidade de adaptação dos gestores em Portugal.
Testemunho publicado na edição de Agosto (nº. 221) da Executive Digest, no âmbito da XXXVII edição do seu Barómetro.
