“A emigração tem uma contribuição líquida positiva para a Segurança Social e para a sua sustentabilidade”, destaca o CEO da Randstad
Raul Neto, CEO da Randstad, sublinha a importância de entender o mercado do trabalho e como ele se caracteriza. Atualmente, a questão do envelhecimento da população é um fator dominante, mas também podemos juntar a isso um aumento na escolaridade e os fenómenos de emigração na população mais jovem.
No entanto, ao analisar o mercado de trabalho atualmente, vemos níveis quase recorde de população empregada, a atingir os quase 5 milhões, também fruto da emigração, uma conjuntura que nos leva a um mercado “candate driven”, ou seja, “quem hoje regula a lei da oferta e da procura no mercado de trabalho são os candidatos”, afirmou durante a XXVI Conferência Executive Digest.
E isto traduz-se num problema para as empresas, porque a maior parte das empresas tem dificuldade em encontrar o talento que precisa, e por outro lado os próprios processos para encontrar esse talento são mais demorados. E o que fazem as empresas? Procuram rodear-se de mecanismos e de fatores de atração como flexibilidade, forma de remuneração (salários emociais), reconhecimento da marca como entidade empregadora, entre outros.
“E o que procuram os candidatos? Os candidatos dão cada vez mais importância ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Hoje em dia, dão mais valor a isto do que ao salário em si”, explica Raul Neto.
Assim, o grande fim é encontrar o equilíbrio perfeito entre a forma de atrair que hoje as empresas apresentam, e aquilo que é a vontade da força de trabalho existente no mercado.
No que respeita à emigração, Raul Neto sublinhou que nos últimos 10 anos assistimos a uma duplicação dos números, pois temos atualmente quase 800 mil emigrantes no país. “Temos de perceber que estar emigração está direcionada para os perfis menos qualificados, ainda que, muitos dos emigrantes venham sobrequalificados para aquilo que vêm fazer”, destaca.
Para as empresas, o maior desafio não é captar este tipo de talentos, a dificuldade é a integração desses profissionais.
“A emigração tem um fator importante que é ser uma contribuidora líquida positiva para a Segurança Social e para a sua sustentabilidade. E isso não é um fator a desprezar”, alerta o CEO da Randstad.