O que esperar de 2024?: Nuno Pinto Magalhães, Chairman da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas

Testemunho de Nuno Pinto Magalhães, Chairman da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas

1. Que alterações perspectiva que possam vir a impactar o seu sector em 2024?

Com toda a prudência que se impõe, caso não existam situações externas que possam provocar abrandamento da economia, afectando o turismo, a confiança e o poder de compra dos consumidores, e ainda tendo em conta que para 2024 o sector será afectado, decorrente do OGE, com o aumento do IAB-IEC, da cerveja com álcool, em 10%, o que continua a agravar a nossa competitividade, mantemos para este ano, em termos genéricos para o sector, uma situação semelhante ao de 2023 (com especial referência ao 2.º semestre).

2. E para a sua empresa em particular, quais os maiores desafios?

Manter o foco no crescimento do negócio, na transição ambiental e digital , na inovação de produtos e serviços, na retenção e promoção dos recursos humanos e na satisfação dos nossos clientes e consumidores.

3. Atendendo ao actual contexto, que expectativas a nível macroeconómico para Portugal?

A economia portuguesa está mais dependente de factores externos do que internos… A expectativa da redução das taxas de juros e da inflação, bem como dos preços de energia, a confirmar-se esta tendência, são boas notícias. O nível das nossas exportações, que se ressentiram no último trimestre de 2023, e que tanto impactam para a nossa balança comercial, dependerá da situação de contração da economia dos países de destino, muitos deles afectados pelas guerras a leste e no médio oriente de que não se vislumbra o seu cessar. 2024 será certamente condicionado pelo clima político em Portugal, que é de alguma instabilidade, dado o Governo em gestão, as próximas eleições e alguma incógnita quanto à solução governativa futura, que poderá atrasar ainda mais os investimentos necessários estratégicos para o País.

Testemunho publicado na revista Executive Digest nº 214 de Janeiro de 2024