Quatro perguntas e respostas sobre o amianto para acabar de vez com as dúvidas

O uso de amianto está proibido há quase 15 anos. Em 2016, o Governo comprometeu-se a retirar completamente os materiais com amianto das escolas. No entanto, ainda há muito por fazer. Em Janeiro deste ano ainda existiam 192 estabelecimentos de ensino com fibras de amianto.

A associação ZERO, o Movimento Escolas Sem Amianto (MESA) e a Fenprof lançaram esta semana uma petição para a remoção total do amianto de todas as escolas do país e, numa semana, garantem, já receberam mais de 40 denúncias. O Governo admite que o processo ainda não está terminado mas não avança com números.

Para que nada fique por explicar, a Executive Digest preparou um conjunto de quatro perguntas e respostas. Consulte-as abaixo e tire todas as suas dúvidas.

1. O que é o amianto?

É uma fibra natural abundante na natureza. Devido às suas propriedades (elasticidade, resistência mecânica, incombustibilidade, bom isolamento térmico e acústico) apresenta uma elevada resistência a altas temperaturas, aos produtos químicos, à putrefação e à corrosão. Tem ainda propriedades que a tornam resistente ao ataque de ácidos e bactérias, segundo a Quercus.

Existem seis tipos de fibras de amianto: crisótilo (amianto branco), crocidolite (amianto azul), amosite (amianto castanho), antofilite, actinolite e tremolite.

2. Onde está presente?

Na indústria da construção civil, o amianto pode estar em pavimentos, placas de tecto falso, gessos e estuques, produtos e materiais de revestimento e enchimento e, entre outros, em telhas. Nas habitações, o amianto pode ser encontrado numa toalha de mesa, aventais, têxteis e nos revestimentos da tábua de passar a ferro. É ainda comum em secadores, fogões e aquecedores anteriores a 2005, alerta a Quercus. 

3. Quais os riscos?

A inalação dessas fibras microscópicas , que podem ser libertadas quando as estruturas estão em mau estado de conservação ou são danificadas, podem depositar-se nos pulmões e aí permanecer por muitos anos, podendo vir a provocar doenças, vários anos ou décadas mais tarde, entre as quais: asbestose, mesotelioma, cancro do pulmão, do ovário, a laringe e do estômago. 

«As diferentes variedades de amianto são agentes cancerígenos, devendo a exposição a qualquer tipo de fibra de amianto ser reduzida ao mínimo», recomenda a Direcção-Geral de Saúde (DGS).

4. Como vai ser retirado?

O uso de amianto está proibido há quase 15 anos. Portugal proibiu a sua utilização e comercialização a partir de 1 de Janeiro de 2005. Mas há casas e outros edifícios, nomeadamente estabelecimentos de ensino e velhas fábricas, que ainda o têm.

Em 2016, o então ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, assegurava que seria removido o amianto de 252 edifícios considerados prioritários até ao final do ano passado, num investimento de 46 milhões de euros. Até 2018, foram apenas concluídas 90 intervenções, com o custo a rondar apenas os 625 mil euros dos 422 milhões de euros que o executivo disse que gastaria nos 4263 edifícios públicos identificados com amianto.

Esta semana, recorde-se, o Movimento Escolas Sem Amianto, em conjunto com a associação ambientalista ZERO e a Federação Nacional dos Professores, lançou uma petição pública a exigir a remoção total do amianto nos estabelecimentos de ensino e garante já ter recebido mais de 40 denúncias.

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