Angola é a solução para as empresas portuguesas em crise?
Será Angola a solução para as empresas portuguesas em dificuldades? Pelo menos é uma alternativa que agora chama estas empresas. Segundo o site da agência financeira, Angola quer atrair empresas portuguesas que enfrentam dificuldades graves de tesouraria devido à crise, mas que ainda têm potencial tecnológico. Para tal, o mecanismo a adoptar será o de migração selectiva, anunciou na segunda-feira o ministro angolano da Economia.
Agricultura, pecuária, pesca, materiais de construção, serviços de apoio ao sector industrial, o sector da indústria financeira e mineira vão ser o foco destes esforços. Abraão Gourgel, ministro angolano da Economia, mencionou, numa conferência de imprensa, a aposta do governo angolano na desburocratização dos processos de instalação das empresas e “trasladação de activos de empresas que em Portugal já não possam funcionar em pleno”, sublinhou.
No entanto, a nova lei do investimento privado constitui um entrave na prossecução deste objectivo. A lei exige um limite mínimo de um milhão de dólares para empresas que queiram investir em Angola. O ministro da Economia disse tratar-se de um montante “muito pouco intensivo em capital e com impacto mais ou menos pequeno”. Disse ainda que, se uma empresa portuguesa quisesse deslocalizar-se e tiver activos de 500 mil dólares, pode entrar com esse valor e o parceiro angolano completará com o restante investimento em recursos financeiros. Ambos poderão ainda ter acesso a financiamentos, desde que a posição angolana seja maioritária.
O objectivo de todos estes esforços é dotar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa de “músculo económico”, disse Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e Emprego, presente na mesma conferência.