Seca extrema afecta 78 concelhos em Portugal. Saiba quais
Um despacho do ministro da Agricultura, Luis Capoulas Santos, publicado esta terça-feira em Diário da República, declara a existência de uma situação de seca severa extrema em 78 concelhos a sul do Tejo, o equivalente a 98% do território.
Este despacho vem flexibilizar as obrigações impostas aos agricultores, nomeadamente as previstas nos regimes de apoio das medidas n.º 7, «Agricultura e recursos naturais», e n.º 9, «Manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas», ambas integradas na área n.º 3, «Ambiente, eficiência no uso dos recursos e clima», do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PDR 2020)».
De acordo com os dados registados no âmbito da monitorização agrometeorológica e hidrológica relativos ao ano de 2019, «a situação de seca em Portugal Continental teve início em Janeiro, com um agravamento significativo nos meses seguintes e consequentes impactos negativos nas actividades agrícolas», pode ler-se.
No final de Março verificou-se um agravamento da intensidade de seca em relação ao final de Fevereiro, com cerca de 38 % do território na classe de seca severa e 0.5 % na classe de seca extrema. E, no final de maio, 98% do território estava em situação de seca meteorológica, sendo que cerca de 27.2% estava nas classes de seca severa e 2.5% na classe de seca extrema, sobretudo na região Sul.
Além disso, dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), conhecidos hoje e citados pela “Lusa”, mostram que a quantidade de água armazenada desceu em todas as bacias hidrográficas no mês de Setembro, tal como já tinha acontecido em Agosto.
No último dia do mês de Setembro e comparativamente ao último dia do mês anterior, verificou-se uma descida do volume armazenado de água em todas as bacias monitorizadas pela Associação Portuguesa do Ambiente. Das 59 albufeiras monitorizadas, 26 apresentam disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total e apenas quatro superiores a 80%.
A bacia do Sado (28,1%) era a que apresentava menor disponibilidade de água no final de Setembro, seguida de Barlavento (34,4%), Ave (40,5%), Arade (41,8%), Oeste (41,9%), Mira (47,9), Lima (52,5%) e Tejo (58,8%). No final do mês passado, as bacias do Cávado (64,3), Douro (62,8%), Mondego (62,7%) e Guadiana (62,5%) tinham os níveis mais altos de armazenamento no final de setembro.
As albufeiras com menor disponibilidade de água situavam-se, em Setembro, nas bacias do Guadiana e do Sado. Na bacia do Guadiana, a albufeira de Lucefit (Alandroal, distrito de Évora) tinha 4,8% de disponibilidade de água e Abrilongo (concelho de Campo Maior, distrito de Portalegre) com 5,6%. No Sado, a albufeira de Campilhas (concelho de Santiago do Cacém, em Setúbal) estava com 7,2% de disponibilidade de água e Monte da Rocha (concelho de Ourique, em Beja) com 8,8%.
Os armazenamentos de Setembro deste ano por bacia hidrográfica apresentaram-se inferiores às médias de Setembro (1990/91 a 2017/18), excepto para as bacias do Cávado, Ribeiras Costeiras, Douro, Mondego e Arade.
Concelhos em situação de seca severa extrema
Beja
Aljustrel
Almodôvar
Alvito
Barrancos
Beja
Castro Verde
Cuba
Ferreira do Alentejo
Mértola
Moura
Odemira
Ourique
Serpa
Vidigueira
Castelo Branco
Castelo Branco
Évora
Alandroal
Arraiolos
Borba
Estremoz
Évora
Montemor -o –Novo
Mora
Mourão
Portel
Redondo
Reguengos de Monsaraz
Vendas Novas
Viana do Alentejo
Vila Viçosa
Faro
Albufeira
Alcoutim
Aljezur
Castro Marim
Faro
Lagoa
Lagos
Loulé
Monchique
Olhão
Portimão
São Brás de Alportel
Silves
Tavira
Vila do Bispo
Vila Real de Santo António
Lisboa
Azambuja
Vila Franca de Xira
Portalegre
Arronches
Avis
Campo Maior
Elvas
Fronteira
Monforte
Ponte de Sor
Sousel
Santarém
Abrantes
Almeirim
Alpiarça
Benavente
Cartaxo
Chamusca
Constância
Coruche
Golegã
Salvaterra de Magos
Santarém
Setúbal
Alcácer do Sal
Alcochete
Barreiro
Grândola
Moita
Montijo
Palmela
Santiago do Cacém
Seixal
Sesimbra
Setúbal
Sines