A China tem realizado ensaios, através de simulações de computador, sobre o uso de armas nucleares para destruir satélites em órbita próxima da Terra, uma capacidade que poderia derrubar várias constelações de satélites inimigos usadas para apoiar operações militares. Segundo um artigo publicado na revista chinesa ‘Nuclear Techniques’, os cientistas estudaram os possíveis danos às estruturas espaciais em caso de explosões nucleares com diferente potências.
Embora a física envolvida seja extremamente complexa, o novo modelo pode estimar o raio da explosão e a extensão dos danos “com grande confiabilidade” em apenas alguns minutos, segundo revelaram os investigadores do Instituto Noroeste de Tecnologia Nuclear em Xian, administrado pelo Governo chinês.
Assim, uma ogiva nuclear de 10 megatoneladas, a uma altura de 80 quilómetros da nossa atmosfera, pode representar um grande perigo para satélites militares e civis, segundo o estudo. Entrevistado pelo jornal chinês ‘South China Morning Post’, Liu reiterou que as experiências não tinham propósitos militares, conforme foi estabelecido pelo Direito Internacional.
Os investigadores descreveram que, instantaneamente após a explosão, a nuvem subiria a uma velocidade de até 2,3 quiló metros por segundo, criando uma armadilha para os satélites alvo.Em cinco minutos, a nuvem nuclear pode subir a uma altitude de quase 500 quilómetros e expandir-se por uma área superior a 140 mil quilómetros quadrados. “A forte radiação residual da nuvem de detritos pode causar falhas nas naves espaciais atingidos, como satélites, ou até mesmo causar danos diretos que podem levar à destruição”, explicaram os investigadores.
A componente militar também existe no espaço – em 2019, os Estados Unidos fundaram a chamada “Força Espacial” para se preparar para possíveis conflitos no espaço. Tal arma nuclear antissatélite permitiria que a China paralisasse ou destruísse os satélites Starlink, de Elon Musk posicionados em ‘low-Earth orbit’, que há muito têm sido uma preocupação para os militares chineses.













