Zelensky cede à pressão interna e externa e nomeia chefe da agência anticrime económico exigido pela UE

Oleksandr Tsivinski assume liderança da nova agência após um mês de bloqueio por alegadas razões de segurança ligadas à sua família.

Pedro Gonçalves
Agosto 6, 2025
17:12

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cedeu finalmente à pressão popular e internacional ao aprovar esta quarta-feira a nomeação de Oleksandr Tsivinski como chefe da Oficina para a Segurança Económica, organismo responsável por investigar crimes e práticas que ponham em risco a economia nacional. O nome de Tsivinski tinha sido escolhido a 24 de junho por um comité independente de seleção, mas o Governo recusava-se até agora a ratificar a escolha.

Durante semanas, a União Europeia e outros aliados europeus de Kiev, bem como organizações da sociedade civil ucraniana, exigiram que a nomeação fosse oficializada. A recusa do Executivo foi justificada com alegadas preocupações de segurança, uma vez que o pai de Tsivinski possui nacionalidade russa, embora ambos não mantenham qualquer contacto.

De acordo com o jornal The Kyiv Independent, a União Europeia considerou essa justificação uma “manipulação flagrante” numa carta enviada recentemente ao Governo ucraniano, criticando duramente o bloqueio à nomeação de Tsivinski.

A decisão de desbloquear o processo aconteceu após Tsivinski ter sido submetido a um teste de polígrafo, que alegadamente provou não existir qualquer ligação sua à Federação Russa.

A nomeação surge num contexto de desconfiança crescente relativamente à integridade das instituições ucranianas, particularmente após alegações de infiltrações russas na Oficina Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU). Essas suspeitas foram anteriormente utilizadas como fundamento pelo Governo para reduzir a independência da NABU através de alterações legislativas. Contudo, essas alterações foram revertidas dias depois, na sequência de intensas manifestações populares e de fortes advertências da União Europeia e de outros parceiros internacionais.

A pressão pública e diplomática sobre Zelensky para garantir a transparência e independência das estruturas anticorrupção tem aumentado, à medida que a Ucrânia procura aproximar-se dos padrões exigidos para a adesão plena à União Europeia. A nomeação de Tsivinski, embora tardia, representa um passo importante nesse caminho.

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