O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aterra esta tarde em Portugal (depois da hora do almoço), onde vai manter encontros com o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, segundo anúncio feito pela Presidência portuguesa. O presidente ucraniano deve regressar ao seu país no final do dia. Será portanto, uma visita muito curta e com uma agenda apertada.
“A convite do Presidente da República e do primeiro-ministro, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky deslocar-se-á a Portugal amanhã [terça-feira], 28 de maio”, refere a nota publicada no site oficial da Presidência da República.
Zelensky será recebido na residência oficial do primeiro-ministro, sendo ainda recebido por Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. “A visita de trabalho do presidente Zelensky insere-se na intenção partilhada de aprofundar as excelentes relações entre os dois Estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa”, refere a nota do gabinete de Luís Montenegro.
Recorde-se que no passado dia 14, Zelensky cancelou visitas a Portugal e Espanha agendadas para os dias seguintes, por causa dos combates intensos na região ucraniana de Kharkiv. Em setembro, também falhou uma viagem a Portugal.
De acordo com Paulo Rangel, a visita do líder ucraniano ao nosso país visa assinar um acordo que sistematiza todo o apoio prestado nos últimos dois anos e abrange os próximos dez. “Foi concluído, há cerca de três semanas, o acordo político entre Portugal e a Ucrânia que é um acordo bilateral em todas as áreas em que cooperámos nestes dois anos”, salientou Paulo Rangel em Bruxelas, no âmbito de uma reunião ministerial.
O acordo inclui a “assistência humanitária, financeira, militar, política” no que diz respeito ao processo de integração na União Europeia. “Recolhe todas as dimensões em que trabalhámos, mas de uma forma sistematizada e com um horizonte de dez anos”, acrescentou.
Medidas de segurança ao nível do presidente americano
A chegada de Zelensky a Lisboa vai colocar em marcha um plano de segurança reservado às mais altas instâncias internacionais: de acordo com o ‘Observador’, os meios utilizados são superiores aos das visitas de chefes de Estado internacionais com grau de ameaça elevado, como o brasileiro Lula da Silva – assim, a visita do presidente ucraniano é comparável ao dispositivo aplicado à chegada do presidente dos Estados Unidos.
Zelensky vai contar, desde que aterra, com acompanhamento próximo de agentes do corpo de segurança da PSP. Em termos de posicionamento tático e fixo – como os snipers -, a responsabilidade será da PSP e GNR, que vão estar presentes em todos os locais visitados pelo presidente ucraniano, assim como os trajetos.
As forças policiais nacionais estabeleceram uma coordenação com as autoridades espanholas, devido à visita esta segunda-feira de Zelensky, mas também com as forças de segurança ucranianas que garantem a segurança do presidente – a articulação com o corpo de segurança pessoal ucraniano é feita a montante, havendo mesmo equipas que vêm antecipadamente fazer o reconhecimento dos locais onde estará o presidente da Ucrânia estará.
Vão estar empenhadas todas as valências da UEP (Unidade Especial da Polícia) da PSP, ou seja, o Corpo de Intervenção, o Grupo de Operações Especiais, o Corpo de Segurança Pessoal, o Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo e o Grupo Operacional Cinotécnico – à semelhança do que ocorreu durante as Jornadas Mundiais da Juventude, que trouxeram o Papa Francisco a Lisboa.
“É das visitas oficiais das que tem uma complexidade na operação policial mais elevada”, revela fonte policial, só comparável à visita do presidente americano ou de Israel, por exemplo. No decurso das deslocações, além do corte de estradas e da utilização de batedores, para garantir deslocações muito rápidas, poderá haver ainda uma “esterilização”, ou seja, um varrimento, com equipas de reconhecimento nos locais que serão visitados.
