
XXIII Barómetro Executive Digest: Nelson Pires, Jaba Recordati
A análise de Nelson Pires, General Manager da Jaba Recordati
O 23.º Barómetro reflecte como o mundo se tornou BANI. E quem responde são os líderes das maiores empresas que representam grande percentagem do PIB português. Até Fevereiro todos olhavam para 2022 como o ano da retoma, mas depois da Kreminologia da invasão da Ucrânia, 42% adiaram a expectativa de retoma para 2023 e 22% para o 2.º semestre deste ano. Embora antes, já a perspectiva inflacionista no mundo e o consequente aumento da taxa de juro que o BCE insiste em atrasar ao contrário do FED, já colocava em stand-by 74% dos investimentos previstos. Embora preocupante possa ser o futuro com o endividamento público. Mas em relação aos empresários, num cenário de incerteza o adiamento dos investimentos e “ficar quieto” é a decisão mais segura. Incerteza essa que já é certa nos custos da energia, electricidade e gás em níveis nunca vistos, a preocupar 63% das empresas. Sem falar na opinião dos cidadãos que não vem aqui reflectida. E o estado a tomar medidas paliativas, mas sem saber o que fazer. O que é confirmado pelas medidas tomadas pelo estado durante a pandemia. A maioria dos participantes não recorreu a nenhuma, sendo o financiamento bancário aquele a que mais recorreram. Talvez o perfil das empresas participantes não seja o adequado para representar as PME a quem estas medidas eram dirigidas mas diz muito da criatividade que o estado tem de ter para dinamizar a economia. E assim a expectativa de crescimento baixou para menos de 4% na grande maioria (90%). Uma especial referência para a preocupação com a cibersegurança num mundo que se tornou remoto! Um cenário de total incerteza quando tudo apontava para o fim da pandemia e o regresso à normalidade. Mas afinal a única certeza que podemos ter num mundo BANI é que tudo muda!
Testemunho publicado na edição de Abril (nº. 193) da Executive Digest, no âmbito da XXIII edição do seu Barómetro.