A análise de Vitor Ribeirinho, CEO/ Senior Partner da KPMG Portugal
No mês de junho, a KPMG apresentou o seu Global & European Outlook que aponta para um crescimento relevante de algumas economias do Sul e Leste Europeu (com destaque para Portugal, Espanha e Polónia) impulsionadas pelo forte desempenho do seu mercado de trabalho, nomeadamente com níveis baixos de desemprego, contrastando com os desafios e constrangimentos das economias principais da região como o Reino Unido e a Alemanha. Em linha com esta visão, os participantes do barómetro apresentam uma visão positiva de crescimento dos seus negócios (apenas 6% estimam uma redução da sua atividade) e projetam um crescimento do PIB nacional acima de 1% (21% acreditam mesmo que pode superar os 2%). De acordo com a perspetiva dos economistas da KPMG o crescimento do PIB em 2024 deverá rondar os 1,9% e em 2026 atingir os 2,3%. Alinhado com este otimismo deve ser igualmente destacada a disponibilidade dos inquiridos de aumentar o seu nível de investimento para 2025, o que pode contribuir para esta evolução da economia. Ainda assim este período fica igualmente marcado pelo tema das tarifas e o seu impacto na economia nacional. Apesar de apenas 22% dos participantes do barómetro considerarem que a guerra de tarifas tem impacto na sua organização, a queda nas exportações é identificada com um dos principais riscos para a economia nacional, apenas superado pelo risco de escassez de mão de obra. O ano encerra muitos desafios por todas estas incertezas, mas as perspetivas de crescimento mantêm-se otimistas e podem continuar a ser impulsionadas pelo eventual efeito do esforço de aumento do investimento na área da defesa onde Portugal poderá ter um papel relevante.
Testemunho publicado na edição de Junho (nº. 231) da Executive Digest, no âmbito da XLII edição do seu Barómetro.
