Volkswagen, Bosch, Volvo: indústria automóvel europeia tem ‘sangria’ de 70 mil postos de trabalho

Entre os fatores que pressionam o setor estão as tensões geopolíticas, as novas regras de emissões na União Europeia, a crescente concorrência das marcas chinesas e o desempenho abaixo do esperado dos veículos elétricos

Automonitor
Outubro 3, 2025
13:38

A indústria automóvel europeia atravessa um período de forte incerteza e vários gigantes do setor estão a avançar com planos de reestruturação que poderão afetar cerca de 72 mil trabalhadores em toda a Europa, indicou esta sexta-feira a publicação espanhola ‘El Expansión’.

Entre os fatores que pressionam o setor estão as tensões geopolíticas, as novas regras de emissões na União Europeia, a crescente concorrência das marcas chinesas e o desempenho abaixo do esperado dos veículos elétricos.

Volkswagen lidera cortes

A Volkswagen, maior fabricante automóvel da Europa, já tinha anunciado no ano passado medidas para poupar 10 mil milhões de euros, incluindo o possível encerramento de fábricas na Alemanha. Após negociações com os sindicatos, a empresa optou por manter as unidades abertas, mas avançará com a redução de 35 mil trabalhadores através de saídas voluntárias e reformas antecipadas.

A Audi, marca do grupo, prevê ainda 7.500 cortes até 2029 nas suas fábricas alemãs de Ingolstadt e Neckarsulm, num plano que deverá gerar uma poupança anual de mil milhões de euros.

Volvo e Ford seguem o mesmo caminho

A sueca Volvo Cars, controlada pela chinesa Geely, vai cortar 3.000 postos de trabalho, maioritariamente na Suécia, numa redução global de 15% da força laboral. O objetivo é reorganizar operações, baixar custos e aumentar a rentabilidade, com uma meta de 1,6 mil milhões de euros em poupança.

A Ford também confirmou ajustes na Europa, começando pela fábrica de Colónia, na Alemanha, onde prevê eliminar 1.000 empregos no próximo ano. A decisão surge da procura abaixo das expectativas pelos veículos elétricos, que levará a empresa a reduzir a produção para um único turno.

Fornecedores sob pressão

A crise não afeta apenas os fabricantes. Os fornecedores de componentes também estão a avançar com cortes significativos.

– Schaeffler anunciou no ano passado um plano de 4.700 despedimentos na Europa.

Bosch, maior produtor mundial de componentes, prevê reduzir cerca de 13.000 trabalhadores da sua divisão de Mobilidade até 2030.

– ZF Friedrichshafen prepara-se para ajustar a sua divisão de propulsão elétrica, com impacto em 7.600 postos de trabalho até ao final da década.

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