Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, vai quebrar esta quinta-feira uma tradição que remonta a 2006: vai ser protagonista do primeiro debate eleitoral na televisão pública.
A televisão pública M1 é assumidamente pró-Governo: não só não convida os membros da oposição, como também se dedica ao culto do líder do Fidesz. As rádios são do Governo ou detidos por empresários amigos do Governo, que constantemente troçam dos opositores políticos. E os jornais são quase todos eles detidos também ou pelo Governo ou por amigos do Orbán – de sublinhar que o principal jornal da oposição até 2019, o Index, foi comprado por um empresário, também amigo do líder do Fidesz e o jornal anti-Governo, o Népszabadsag, fechou as portas repentinamente em 2016.
No entanto, há cerca de três meses, um escândalo abalou o partido Fidesz, do cinco vezes primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, que se orgulha de defender os valores familiares e o conservadorismo cristão.
Enquanto os líderes do partido tentavam controlar os danos depois de aliados próximos de Orbán, a presidente Katalin Novák e a ministra da Justiça Judit Varga foram forçadas a demitir-se devido ao perdão presidencial de um homem condenado por encobrir uma série de abusos sexuais de crianças, Péter Magyar viu uma oportunidade e rompeu as fileiras políticas.
Numa questão de semanas, Magyar – um advogado de 43 anos – construiu um movimento político, agora preparado para se tornar a maior força de oposição da Hungria e desafiar o partido de Orban nas eleições para o Parlamento Europeu e municipais do próximo dia 9 – de acordo com Magyar, a próxima votação será um “prelúdio” para a sua candidatura planeada às eleições nacionais húngaras de 2026.
Orbán conquistou quatro vitórias consecutivas pelo seu partido Fidesz no Parlamento húngaro desde 2010 e garantiu mais de metade dos votos nas duas últimas eleições para o Parlamento Europeu. De acordo com as sondagens, é expectável que o seu partido supere os adversários, apesar da queda na popularidade e da profunda crise económica que custou ao primeiro-ministro milhares de apoiantes.














