‘Viajar no tempo’ para estragar os planos dos piratas informáticos? Nova tecnologia de ponta promete resolver sequestro de dados

Uma empresa de tecnologia de ponta afirma ter desenvolvido um sistema revolucionário de armazenamento de dados que permite aos utilizadores “viajar no tempo” e recuperar informações sequestradas por hackers, uma inovação que pode transformar a maneira como as organizações enfrentam ataques informáticos.

Pedro Gonçalves
Agosto 30, 2024
17:10

Uma empresa de tecnologia de ponta afirma ter desenvolvido um sistema revolucionário de armazenamento de dados que permite aos utilizadores “viajar no tempo” e recuperar informações sequestradas por hackers, uma inovação que pode transformar a maneira como as organizações enfrentam ataques informáticos.

A Ionir, uma plataforma de serviços de dados baseada na ‘cloud’, ou nuvem, com escritórios em Nova Iorque e Tel Aviv, apresenta-se como o novo padrão de serviços e gestão de dados para um mundo híbrido e multi-nuvem. A empresa acredita que esta tecnologia revolucionária poderá acabar com o impacto devastador dos ataques de ransomware, uma forma de cibercrime em que os criminosos utilizam malware para restringir o acesso a dados, exigindo um resgate para a sua liberação.

De acordo com a organização de pesquisa Cybersecurity Ventures, os ataques de ransomware poderão custar às vítimas cerca de 265 mil milhões de dólares (mais de 239 mil milhões de euros) anualmente até 2031, com incidentes a ocorrer, em média, a cada dois segundos.

Exemplos recentes deste tipo de ataques, como o caso da Colonial Pipeline, em 2021, destacam a gravidade que representa esta ameaça. Recorde-se que este ataque paralisou o maior sistema de oleodutos de produtos refinados dos EUA durante seis dias, o que levou o presidente Joe Biden a declarar o estado de emergência em 17 estados norte-americanos, por causa da escassez de combustível que se seguiu. Para recuperar os dados, a empesa viu-se obrigada a pagar os 4,4 milhões de dólares (3,98 milhões de euros) em Bitcoin aos hackers.

No entanto, a Ionir acredita que a sua capacidade de restaurar os dados para o estado em que se encontravam nos momentos antes de serem roubados ou corrompidos pelos piratas informáticos poderá tornar obsoletas estas exigências de regate. “Qualquer dado armazenado connosco pode ser recuperado exatamente como estava um segundo antes. Podemos, literalmente, reproduzir o estado dos dados em qualquer segundo do passado”, explica o CEO da Ionir, Jacob Cherian, em entrevista ao National Security News.

Este feito é possível graças ao objetivo de ponto de recuperação de 1 segundo (RPO) da Ionir, tecnologia que permite que os ficheiros armazenados sejam recuperados a partir de qualquer ponto no tempo, caso sejam roubados, danificados ou corrompidos.

“Se eu for hackeado às 15h, posso retroceder até às 14h59 e 59 segundos e recuperar todos os meus dados que foram armazenados até então”, explicou Cherian. “A partir daí, com uma cópia dos dados, cabe aos seus processos operacionais internos ou ao que quer que seja necessário para colocar as suas aplicações a funcionar novamente, muito rapidamente.”

A empresa já fechou uma patente nos EUA para esta revolucionária tecnologia de armazenamento digital, e agora está focada em expandir as suas operações a nível global. Cheria descreve o cenário atual como “uma corrida armamentista entre os que tentam defender-se contra malware e os que o desenvolvem, ao mesmo tempo que alerta que é necessário assumir que “haverá sempre uma intrusão”, por parte dos piratas informáticos.

Num caso real citado pela Ionir, uma esquadra de polícia na Nova Inglaterra conseguiu recuperar-se rapidamente de um ataque de ransomware usando a tecnologia de retrocesso da empresa. “Três meses depois de terem adquirido a nossa tecnologia, a esquadra foi alvo de um ataque de ransomware e todos os serviços de emergência, incluindo o 911, ficaram inoperacionais”, relatou Cherian. “Conseguiram recuperar tudo em 30 minutos – é assim que este produto pode funcionar de forma rápida.”

Com este avanço, a Ionir posiciona-se na linha da frente na luta contra o cibercrime, oferecendo uma solução que pode revolucionar a segurança de dados e a resposta a incidentes cibernéticos, potencialmente arruinando o modelo de negócios dos hackers.

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