Em 2025, uma em cada quatro empresas portuguesas sofreu incumprimentos significativos, de acordo com o Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e Iberinform. O levantamento, que envolveu gestores de quase 300 empresas de diferentes dimensões e setores, mostra um agravamento de dois pontos percentuais face ao ano anterior, refletindo a persistência das dificuldades financeiras entre clientes empresariais.
Segundo o estudo, 74% das empresas detetaram alguma deterioração na solvência ou liquidez dos seus clientes. Embora a inflação continue a ser apontada como um fator desestabilizador do comportamento de pagamento por 37% das empresas, este valor representa uma melhoria de cinco pontos percentuais em relação a 2024. Também o impacto dos custos financeiros e da energia recuou, para 30% e 20%, respetivamente.
De acordo com a Crédito y Caución e Iberinform, o fator novo em 2025 é a fraca evolução da procura, identificada como causa de perturbações nos pagamentos por 24% das empresas. As tensões geopolíticas (22%), os problemas na cadeia de abastecimento (16%) e a incerteza tarifária (12%) completam o conjunto de riscos que mais afetam o comportamento financeiro dos clientes.
Apesar do cenário desafiante, o tecido empresarial português mantém-se otimista. A maioria das empresas espera encerrar 2025 com crescimento no volume de negócios (57%) e nos lucros (56%), percentagens bem superiores às que preveem quedas nestes indicadores (12% e 16%). Para 2026, o otimismo persiste: 61% das empresas acreditam que as receitas continuarão a crescer, enquanto apenas 8% antecipam um recuo.
Segundo a Crédito y Caución e Iberinform, 18% das empresas já identificam mudanças no perfil dos clientes incumpridores, resultado das pressões da inflação e da desaceleração nas exportações. Ainda assim, as perspetivas para o próximo ano são de recuperação gradual, com as empresas portuguesas a demonstrarem capacidade de adaptação a um ambiente económico volátil.














