Um mega ovo em Paris ou uma torre ampulheta em Nova Iorque: os edifícios mais espetaculares que nunca foram construídos

Sabia que o Centro Pompidou, em Paris, poderia ter sido um ovo gigante? No concurso de 1969 para o centro de arte, vencido por Richard Rogers e Renzo Piano, um arquiteto francês radical chamado André Bruyère propôs uma gigantesca torre ovóide. O edifício, com 100 metros de altura, seria revestido de escamas cintilantes de alabastro, vidro e betão, desafiando a linearidade das ruas e arranha-céus de Paris.

Executive Digest
Maio 19, 2024
12:30

Sabia que o Centro Pompidou, em Paris, poderia ter sido um ovo gigante? No concurso de 1969 para o centro de arte, vencido por Richard Rogers e Renzo Piano, um arquiteto francês radical chamado André Bruyère propôs uma gigantesca torre ovóide. O edifício, com 100 metros de altura, seria revestido de escamas cintilantes de alabastro, vidro e betão, desafiando a linearidade das ruas e arranha-céus de Paris.

Infelizmente, essa poesia arquitetónica não impressionou os jurados, que optaram pela alta tecnologia de Rogers e Piano.

L’Oeuf de Pompidou é apenas um dos muitos projetos descritos no Atlas of Never Built Architecture, uma compilação de esperanças frustradas e sonhos desfeitos. Este atlas explora um universo alternativo de possibilidades arquitetónicas que nunca foram realizadas. Inclui planos que foram vítimas de golpes políticos, crises económicas, e até mesmo desastres naturais, como conta o ‘The Guardian’.

Entre os projetos mais fascinantes está uma ilha em Bagdade, concebida por Frank Lloyd Wright. Em 1957, o arquiteto foi convidado pelo rei Faisal II para projetar uma casa de ópera, e ao descer no aeroporto, Wright avistou uma ilha no rio Tigre. Wright elaborou um plano completo para a Grande Bagdade, incluindo auditórios, museus, bazares e jardins, todos inspirados na arquitetura curva da Bagdade da era califal. Contudo, o projeto nunca se materializou devido ao assassinato do rei em 1958 e à morte de Wright no ano seguinte.

O livro também apresenta a Tour Lumière Cybernétique, de Nicolas Schöffer, um arranha-céu cibernético projetado para transmitir dados em tempo real através de luzes, altifalantes e projetores. Schöffer via a sua torre como um meio de democratizar a informação, mas as preocupações com privacidade e controlo impediram sua construção.

Outro projeto notável é o arranha-céu em forma de ampulheta de I.M. Pei, planeado para substituir a Grand Central Terminal em Nova York. A torre de 109 andares foi concebida em 1954, mas enfrentou uma forte oposição pública e nunca foi construída. O movimento de preservação que surgiu como resposta ajudou a garantir o status de marco histórico para a Grand Central em 1967.

Os autores do atlas, Sam Lubell e Greg Goldin, pesquisaram extensivamente para compilar uma coleção diversificada de 350 projetos, reduzidos de uma lista inicial de 5.000. Entre eles estão um hotel futurista planeado para flutuar sobre Machu Picchu e a Torre Indiana de César Pelli, um obelisco de 228 metros que foi criticado pela sua falta de atratividade visual.

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