A União Europeia poderá assumir um papel de liderança na formação de 3.000 polícias palestinianos, com vista à futura implementação do plano de 20 pontos para Gaza proposto pelo presidente norte-americano Donald Trump. A proposta será discutida na próxima reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco, agendada para 20 de novembro, de acordo com um documento obtido pela Reuters.
O papel da UE neste plano surge no contexto de um acordo inicial firmado em outubro entre Israel e o grupo militante Hamas, que definiu a primeira fase do projeto. No entanto, a execução das etapas subsequentes continua incerta, destacando desafios persistentes na região.
O Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), braço diplomático da UE, apresentou no documento diferentes opções para contribuir para a implementação do plano de Trump. Entre as medidas, destaca-se a possibilidade de expandir duas missões civis da UE na região, atualmente focadas na assistência fronteiriça e no apoio às reformas policiais e judiciais da Autoridade Palestiniana (AP).
A missão de apoio policial da UE poderia “assumir a liderança na formação da força policial palestiniana em Gaza, proporcionando treino direto e apoio a aproximadamente 3.000 polícias palestinianos (sob a folha de pagamento da AP) oriundos de Gaza, com vista a treinar a totalidade da força policial, que conta com 13.000 elementos”, indica o documento.
Além disso, o texto sugere expandir a missão civil de monitorização das fronteiras da UE em Rafah para outros pontos de passagem fronteiriça, reforçando o controlo e a segurança na região.
Apesar das propostas detalhadas, as perspetivas de avanço da UE permanecem incertas. A complexidade política e de segurança em Gaza, associada às negociações com Israel e o Hamas, continua a ser um desafio para qualquer intervenção externa significativa.
Recentemente, a Rússia apresentou um projeto de resolução da ONU sobre Gaza, desafiando o esforço norte-americano de aprovar um texto que apoiasse formalmente o plano de Trump. Esta movimentação sublinha a delicada geopolítica em torno da região e a multiplicidade de interesses internacionais em jogo.














