O canal israelita N12 revelou esta segunda-feira que o governo liderado por Benjamin Netanyahu terá decidido avançar com a ocupação total da Faixa de Gaza. A informação foi transmitida por altos responsáveis do gabinete do primeiro-ministro, que afirmaram: “A decisão foi tomada – Israel vai ocupar a Faixa de Gaza”.
Segundo estas fontes, citadas pela estação israelita, o motivo central da decisão está ligado à estagnação nas negociações com o Hamas. “O Hamas não libertará mais reféns sem uma rendição total, e nós não nos renderemos. Se não agirmos agora, os reféns morrerão de fome e Gaza permanecerá sob o controlo do Hamas”, disseram.
A decisão representa uma mudança significativa na estratégia militar de Israel, uma vez que as Forças de Defesa Israelitas (IDF) voltarão a atuar em zonas de Gaza que haviam sido poupadas em meses recentes, nomeadamente nos campos de refugiados do centro da Faixa, onde se acreditava estarem localizados reféns e onde o risco de baixas civis era particularmente elevado.
Netanyahu prepara novas ordens militares
A confirmação da escalada veio também do próprio primeiro-ministro. Durante a reunião semanal do Conselho de Ministros, Benjamin Netanyahu declarou que irá emitir novas instruções militares esta semana, com vista a atingir os três objetivos de guerra definidos pelo governo: “derrotar o inimigo, libertar os reféns e garantir que Gaza deixe de ser uma ameaça para Israel”.
“Estamos no meio de uma guerra intensa, na qual alcançámos sucessos importantes e históricos. Só os alcançámos porque não nos dividimos — e devemos continuar unidos”, afirmou Netanyahu.
Pressão crescente sobre Netanyahu
A decisão de intensificar a guerra surge num contexto de pressão crescente sobre o governo israelita, tanto interna como externamente. Esta segunda-feira, cerca de 600 antigos responsáveis da segurança israelita, incluindo ex-chefes do Mossad e do Shin Bet, assinaram uma carta dirigida ao presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo-lhe que pressione Netanyahu a terminar o conflito e garantir o regresso seguro dos reféns.
“Parem a guerra em Gaza!”, exige o documento, sublinhando que os signatários somam “mais de mil anos de experiência combinada em segurança nacional e diplomacia”.
Por seu lado, o Fórum das Famílias dos Reféns, a principal organização que representa os familiares dos cativos, também condenou a inação do governo: “Há 22 meses, vende-se ao público a ilusão de que a pressão militar trará os reféns de volta. São apenas mentiras e enganos”, acusaram, sublinhando que o tempo está a esgotar-se.
Das 251 pessoas sequestradas pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023, 49 continuam cativas. Segundo as IDF, 27 dessas poderão já ter morrido.














