O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um novo pacote de medidas comerciais que entra em vigor este sábado, e que inclui o prolongamento até 2030 do alívio das tarifas sobre peças de automóveis destinadas aos fabricantes nacionais. A decisão, formalizada através de uma proclamação presidencial assinada no mês passado, prevê igualmente a aplicação de uma taxa de importação de 25% sobre camiões de média e pesada dimensão, bem como uma tarifa de 10% sobre autocarros importados.
O reembolso especial sobre as tarifas de peças automóveis, criado em abril deste ano como medida temporária de apoio ao setor, tinha inicialmente data de término prevista para 2027. Agora, a nova decisão prolonga a sua vigência até 2030, garantindo aos fabricantes um alívio financeiro mais duradouro.
Na altura do lançamento do programa, Trump descrevera o mecanismo como uma ajuda “de curto prazo durante esta pequena transição”, numa fase em que o objetivo da administração era encorajar as marcas a deslocarem as suas linhas de produção de volta para território norte-americano.
A prorrogação da medida surge, segundo fontes da administração, “após conversas com representantes da indústria automóvel” e visa “reforçar a competitividade e expandir a produção doméstica”.
De acordo com altos responsáveis da administração, que falaram sob anonimato antes da assinatura oficial da proclamação, o alívio corresponde a um reembolso de 3,75% sobre o preço de venda de cada veículo produzido nos Estados Unidos.
O valor foi determinado com base na aplicação da taxa de importação de 25% às peças que representam, em média, 15% do custo total de produção de um automóvel. O benefício será igualmente alargado aos fabricantes de camiões e motores, medida que procura suavizar o impacto das novas tarifas de importação anunciadas este mês.
Trump confirmou, a 6 de outubro, através das redes sociais, a introdução das tarifas de 25% sobre camiões importados, uma taxa que entra em vigor também este sábado. Os autocarros importados passam a estar sujeitos a uma tarifa adicional de 10%, de acordo com o mesmo decreto.
As novas medidas refletem, segundo a Casa Branca, “os esforços da administração para utilizar as tarifas como instrumento de incentivo à produção americana”, equilibrando a necessidade de proteger o setor automóvel nacional face aos custos acrescidos impostos pelas tarifas anteriores.
As isenções e novos impostos não se aplicam, contudo, às importações abrangidas pelo Acordo entre os Estados Unidos, México e Canadá (USMCA), em vigor desde 2020. Este pacto comercial regional, que substituiu o antigo NAFTA, deverá ser alvo de renegociação no próximo ano.
O prolongamento do alívio das tarifas chega num momento delicado para a indústria automóvel norte-americana, num cenário de preços historicamente elevados para os consumidores.
De acordo com dados do Kelley Blue Book, o preço médio de um automóvel novo nos Estados Unidos atingiu, em setembro, os 50.080 dólares (cerca de 42.900 euros), representando um aumento de 3,6% face ao ano anterior — o valor mais alto de sempre.
Com os custos de produção e as taxas de importação a pressionarem o setor, a decisão de Trump procura aliviar parte desse peso sobre os fabricantes e manter a produção dentro das fronteiras do país.














