O Governo Trump iniciou o planeamento de operações militares e de inteligência em solo mexicano para combater os cartéis de drogas, como parte do que o presidente Donald Trump descreveu como um “conflito armado” contra organizações de tráfico de narcóticos, indicou a ‘NBC News’: o pessoal que participará das operações, proveniente do Comando Conjunto de Operações Especiais (JSOC) do Pentágono e da Agência Central de Inteligência, já está nos “estágios iniciais de treino” para as missões, que, segundo dois oficiais americanos, não serão iminentes.
As autoridades também disseram que estão em curso discussões dentro da administração sobre a dimensão e o âmbito das missões, e que ainda não foi tomada qualquer decisão final sobre a autorização de qualquer uma das operações planeadas, mas que, caso recebam luz verde, o pessoal do JSOC operaria ao abrigo do Título 50 do Código dos Estados Unidos, que fornece um quadro legal para operações de inteligência secretas.
Se autorizadas, as missões planeadas representariam uma escalada significativa na série de ataques contínuos de Trump contra o que ele alega serem operações de cartéis de drogas, incluindo pelo menos 15 ataques contra alegados barcos de contrabando de drogas no Caribe e no Oceano Pacífico Ocidental.
Em setembro último, a Casa Branca declarou que os Estados Unidos estão formalmente envolvidos num “conflito armado” com os cartéis de drogas, que o presidente classificou como “combatentes ilegais”. O comunicado alegou que os cartéis são “grupos armados não estatais” cujas ações “constituem um ataque armado contra os Estados Unidos” e que agora estão envolvidos num “conflito armado não internacional” — ou guerra com um ator não estatal.
Os ataques também representariam uma mudança radical na forma como os Estados Unidos e o México lidam com as operações contra organizações de tráfico de narcóticos. No passado, os EUA enviaram discretamente militares, polícias e agentes de inteligência para apoiar os esforços militares e policiais mexicanos, mas esses envios não incluíram ações diretas contra os cartéis.
Mas, se autorizadas, essas missões incluiriam pessoal americano a realizar ataques com drones contra supostos laboratórios de drogas e figuras de cartéis, disseram as autoridades.
Os ataques não seriam divulgados da mesma forma que a Casa Branca e o Pentágono fizeram com os ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas, que atraíram condenação tanto de Governos estrangeiros como de membros do Congresso, que argumentaram que a campanha aérea do Governo Trump contra supostos contrabandistas equivale a execuções extrajudiciais ilegais.
