Trabalhar das 9h às 23h (incluindo fins de semana)? Este CEO defende horário de 80 horas semanais

Num momento em que muitos países caminham para a redução do horário semanal de trabalho, Daksh Gupta, CEO da startup americana de inteligência artificial Greptile, está a seguir no sentido oposto. Através de várias declarações públicas, o empresário defendeu jornadas de trabalho de 14 horas diárias, incluindo fins de semana, assumindo sem reservas que a sua empresa “não oferece equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.

André Manuel Mendes
Agosto 3, 2025
8:30

Num momento em que muitos países caminham para a redução do horário semanal de trabalho, Daksh Gupta, CEO da startup americana de inteligência artificial Greptile, está a seguir no sentido oposto. Através de várias declarações públicas, o empresário defendeu jornadas de trabalho de 14 horas diárias, incluindo fins de semana, assumindo sem reservas que a sua empresa “não oferece equilíbrio entre vida pessoal e profissional”.

“Os dias de trabalho típicos começam às 9h e terminam às 23h, muitas vezes mais tarde, e trabalhamos aos sábados e, às vezes, também aos domingos”, afirmou Gupta, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), que rapidamente gerou críticas. O CEO sublinha ainda que o ambiente na empresa é “de alto stress” e que “não há tolerância para baixo desempenho”.

Especialistas alertam que jornadas excessivas não aumentam necessariamente a produtividade e podem ter efeitos nocivos na saúde física e mental dos trabalhadores. Dados recentes mostram que 49% dos trabalhadores espanhóis sofrem de stress laboral diariamente, um número acima da média global. A síndrome de burnout, cada vez mais comum, está associada a estados prolongados de exaustão, perda de motivação e problemas como insónias, irritabilidade ou dificuldades de concentração.

Apesar disso, Daksh Gupta mantém o seu posicionamento, vendo o sacrifício pessoal como condição para o sucesso num ambiente competitivo como o das startups tecnológicas. As suas declarações têm, no entanto, alimentado um debate crescente sobre os limites do trabalho e o papel das empresas na saúde mental dos seus colaboradores.

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