A teoria da ‘internet morta’ é algo com que todos na web estão cada vez mais a ter de lidar com consequência do rápido desenvolvimento da Inteligência Artificial: no entanto, um estudo recente apontou que esta pode tornar-se realidade em apenas três anos.
Se costuma passar tempo nas redes sociais, provavelmente deve ter notado um aumento considerável de respostas geradas por bots, especialmente no ‘X’. Seria negligente fingir que os bots nem sempre existiram na internet, especialmente porque desempenharam um papel fundamental na decisão de Elon Musk de comprar o então Twitter, por 44 mil milhões de dólares em 2022.
No entanto, os avanços na inteligência artificial generativa nos últimos anos tornaram cada vez mais provável que a internet que conhecíamos esteja rapidamente a desaparecer de nós, e no centro de tudo isso está a teoria da ‘internet morta’.
A teoria foi inicialmente concebida há cerca de uma década e envolve a ideia de que a internet eventualmente chegará a um ponto em que não apenas todo o conteúdo será gerado por bots e IA orientada por algoritmos, mas também interagirá inteiramente com as mesmas ferramentas e completamente desprovida de humanos.
Considere, por exemplo, uma publicação nas redes sociais que foi claramente feita por um bot. Se observar as respostas ou comentários, quase todas também foram publicadas por um bot. Agora, imagine se isso fosse cada publicação nas redes sociais e cada novo site ou informação criada na internet.
As motivações por trás desse movimento direcional vêm da ideia de que é um esforço coordenado e intencional para suprimir a criação, a atividade e a interação humana orgânica, talvez para ganho político ou financeiro.
Uma reviravolta talvez inesperada que poderíamos ver acontecer como parte da teoria da ‘internet morta’ é que os posts feitas por humanos começam a parecer bots, já que o CEO do ChatGPT, Sam Altman, já observou que as pessoas estão a falar como IA e a usar uma linguagem semelhante como consequência da interação com essas ferramentas.
Conforme relatado pela ‘Popular Mechanics’, um estudo conduzido pela empresa de segurança cibernética Imperva, conhecido como relatório “Bad Bot”, estimouque quase metade de todo o tráfego na internet atualmente é direcionado por bots, e a trajetória nos últimos anos mostra que não estamos tão longe de uma “supermaioria”.
Por exemplo, os bots já representavam 42,3% de todo o tráfego da internet em 2021 — o que é importante antes do lançamento do ChatGPT — e essa participação de atividade saltou para 49,6% em 2023.
Isso só continuará a aumentar rapidamente com o passar dos anos e a melhoria da Inteligência Artificial, especialmente com a capacidade de gerar vídeos com resultados assustadoramente precisos agora, permitindo que bots inundem lugares como TikTok e YouTube.
Por último, um fator que também contribuiu para isso é a decadência de conteúdo criado por humanos na internet, já que o ‘Pew Research Center’ revelou que cerca de 38% das páginas da web feitas (principalmente) por humanos não existem mais: esse número só continuará a aumentar com o passar do tempo.













