Devemos olhar para o setor das seguradoras e tirarmos lições sobre como levar a cabo uma eficaz e efetiva reforma do Estado, defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, um dos oradores da XXIX Conferência Executive Digest, que decorre esta terça-feira na Culturgest, em Lisboa.
Numa apresentação com o tema “O Contributo dos seguros para as reformas necessárias”, o orador convidado destacou alguns exemplos de reformas de políticas púbicas com base a realidade do setor das seguradoras, com base em quatro tendências que atualmente “condicionam a evolução das sociedades”, a demografia, as catástrofes naturais, as novas tecnologias e as mudanças geopolíticas”.
“A questão das reformas e das pensões é um tema que vai estar na agenda mediática, se não fizermos nada. As catástrofes são custo importante para as sociedades. As novas tecnologias, trazem oportunidades mas também riscos, e as mudanças geopolíticas, transformaram o paradigma, ou seja, vamos viver uma nova era diferente do que vivemos nas ultimas duas décadas”, enumerou José Galamba de Oliveira.
Assim, surgem desta articulação de tendências, novas necessidades no mercado, este caso em particular, de proteção, redobrada importância de valores (sustentabilidade, empatia, mutualidade), novos comportamentos (no trabalho, mobilidade), e maior consciência dos riscos (ambientais, cibernéticos, de saúde).
O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores elencou os contributos que o setor das seguradoras podem contribuir no processo da reforma do Estado. “Temos de investir todos mais na prevenção, no nosso setor temos sempre isto na agenda. E devia estar também na agenda das politicas públicas, e sociedade em geral, para melhor qualidade de vida. O tema da longevidade discute-se muito… mas vivemos mais, mas com menos qualidade de vida do que no norte da Europa, com custos de saúde brutais. É preciso apostar na prevenção, na saúde, na promoção de hábitos de vida saudáveis. Da mesma forma, desenvolver programas de literacia para os riscos (financeira, de evolução demográfica, transição digital)”, exemplificou o responsável da APS.
José Galamba de Oliveira identificou três eixos de contributos/exemplos para as reformas a serem levadas a cabo:
- Pensões: Com sistemas complementares multipolares, nos ofertas focadas na poupança de longo-prazo e promovendo novos mecanismos de desacumulação
- Saúde: Com novas coberturas, soluções mistas, telemedicina e encontrar parceiro para novo modelo de integração de 3 setores (público, provado e social), e respetivo modelo de financiamento
- Catástrofes naturais: Promover maior consciência sobre riscos emergentes e as respostas que o setor pode dar na mitigação, novas ofertas inovadoras, com coberturas flexíveis e a disponibilidade para parcerias com o setor público, para mecanismos de proteção de riscos catastróficos (sismos inundações, fogos, etc.)
“Os seguros são de facto, hoje em dia, centrais na procura de uma sociedade sustentável e resiliente, acima de tudo com politicas publicas alinhadas com as necessidades dos cidadãos e empresas, para um desenvolvimento mais saudável do nosso País”, terminou José Galamba de Oliveira na sua intervenção.
A XXIX Conferência Executive Digest decorre esta terça-feira, entre as 9h e as 13h, e conta com o patrocínio da BP, CGD, Católica Lisbon, Delta Q, Fidelidade, Lusíadas Saúde, MC Sonae, Randsatd, Recordati, Siemens, e ainda com o apoio da Capital MC, Neurónio Criativo e Sapo. A Sociedade Ponto Verde é o Parceiro de Sustentabilidade do evento.














