
Taxas de juro podem ultrapassar os 4% no primeiro semestre, alertam especialistas
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que decidiu aumentar em 50 pontos base a taxa de juro dos depósitos nos 2,5% e de refinanciamento nos 3%.
As taxas de juro aplicáveis aos depósitos serão aumentadas para, respetivamente, 3,00%, 3,25% e 2,50%, o nível mais elevado desde 2008, com efeitos a partir de 8 de fevereiro de 2023.
De acordo com Miguel Cabrita, responsável pelo idealista/créditohabitação Portugal, esta subida “pode afetar ainda mais a economia de muitas famílias com créditos habitação de taxa variável nos próximos meses”, acrescentando que “é possível que no primeiro semestre deste ano os juros atinjam, ou até mesmo, possam ultrapassar os 4%, impulsionados por uma inflação subjacente que não permite ser demasiado otimista”.
“Apesar de, ao contrário de outros países, muitas entidades bancárias em Portugal serem mais relutantes a conceder novos empréstimos com taxas mistas/fixas ou, então, oferecerem-nos a taxas muito elevadas, este tipo de crédito habitação tem sido cada vez mais frequente entre as novas escrituras”, acrescenta Miguel Cabrita.
Para Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades, “estas subidas das taxas de juro refletem o compromisso dos bancos centrais em controlar a inflação, sendo que essa necessidade faz-se sentir mais intensamente do lado de cá do Atlântico, onde os números continuam mais elevados e daí a maior subida dos juros na Zona Euro e na Grã-Bretanha”
Para o analista, permanece a incerteza face à possibilidade de uma recessão. “A principal preocupação dos bancos centrais neste momento será controlar a inflação, mas sem estrangular demasiado a atividade económica através de uma política monetária demasiado restritiva. Daí que as taxas continuem a subir, mas que tal aconteça agora de forma mais moderada”.
É oficial: BCE sobe taxa de juro em 50 pontos base para 2,5%