Taiwan reage à pressão da China e lança mísseis em exercícios de fogo real

Taiwan realizou esta terça-feira um conjunto de lançamentos de mísseis terra-ar durante um exercício de fogo real, destinado a enfrentar a crescente pressão militar da China.

Pedro Gonçalves
Agosto 20, 2024
16:24

Taiwan realizou esta terça-feira um conjunto de lançamentos de mísseis terra-ar durante um exercício de fogo real, destinado a enfrentar a crescente pressão militar da China.

Os exercícios ocorreram na Base Militar de Jiupeng, localizada numa área remota do sul de Taiwan. Entre os mísseis disparados, destacam-se os Sky Bow III, fabricados localmente e especializados em defesa antibalística, assim como os Patriot PAC II e Standard, ambos de origem norte-americana.

A China reivindica a ilha de Taiwan, governada democraticamente, como parte do seu território, que pretende controlar à força, se necessário. Nos últimos anos, Pequim tem intensificado a pressão militar sobre a ilha.

Em particular, Pequim demonstra forte desagrado pelo novo Presidente de Taiwan, Lai Ching-te, que assumiu o cargo no início deste ano e foi classificado pelas autoridades chinesas como um separatista.

Em resposta, Taipé tem fortalecido as suas capacidades de dissuasão. Os mísseis, tanto os produzidos internamente como os adquiridos aos Estados Unidos, são componentes cruciais da estratégia de defesa de Taiwan.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Sun Li-fang, afirmou que todos os mísseis lançados esta terça-feira atingiram os seus alvos. “Isto demonstra que o nosso treino é rigoroso e sólido”, declarou Sun.

Até ao momento, Pequim não reagiu oficialmente ao exercício militar de Taiwan. A China tem enviado frequentemente aviões e navios militares nas proximidades de Taiwan, numa manobra que os críticos consideram uma tática de intimidação.

O Ministério da Defesa de Taiwan informou que, nas últimas 24 horas, foram avistados cinco aviões militares chineses e 11 navios próximos das suas costas. Um dos aviões cruzou a linha mediana do Estreito de Taiwan, uma zona de demarcação não oficial entre os dois lados.

Apesar de a sua força militar ser significativamente inferior à da China, Taiwan tem investido em armamento de alta tecnologia adquirido aos Estados Unidos, revitalizado a sua indústria bélica interna e estendido a duração do serviço militar obrigatório de quatro meses para um ano.

Os Estados Unidos, comprometidos por legislação própria, têm a obrigação de fornecer a Taiwan os meios para se defender, considerando qualquer ameaça à ilha uma questão de grande preocupação.

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