Relativamente ao surto de ‘Salmonella Senftenberg’ associado ao consumo de tomates cherry, com 92 casos e uma morte contados, desde agosto do ano passado, que motivou um alerta do Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC), as autoridades de saúde portuguesas acompanham o caso “em permanência” e, segundo revela fonte governamental á Executive Digest, de momento não há risco para os consumidores nacionais, já que os lotes de tomate em questão não chegaram a Portugal.
“A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) começou a receber informação deste caso em abril de 2023 através da plataforma iRASFF (plataforma de alerta rápido da Comissão Europeia). No final de julho foi recebida, através da mesma plataforma a avaliação de risco feita em conjunto pela EFSA e o ECDC: Multicountry outbreak of Salmonella Senftenberg ST14 infections possibly linked to cherry like tomatões (27 July 20 23). Ao mesmo tempo recebeu informação da Drieção-Geral de Saúde (DGS), com quem está em articulação permanente. De acordo com a informação detida até ao momento, Portugal não recebeu nenhum dos lotes presumivelmente afetados”, explica à Executive Digest o Ministério da Agricultura, liderado por Maria do Céu Antunes.
Recorde-se que o surto de salmonela já regista casos na Alemanha (22), Áustria (5), Bélgica (4), Chéquia (4), Estónia (1), Finlândia (12), França (16), Irlanda (1), Holanda (5), Noruega (1), Suécia (11), Reino Unido (4) e EUA (2). Como os lotes de tomate cherry em causa não foram distribuídos para o nosso País, adianta o ministério que “neste momento não existe risco para os consumidores nacionais, no que se refere aos produtos identificados como associados ao surto”.
O primeiro surto foi detetado em França, a 22 de agosto de 2022, relacionado com o consumo de uma salada que tinha tomate cherry e alface, e que tinha sido preparada dias antes, a 17 de agosto.
O caso mais recente foi detetado a 14 de junho deste ano, na Suécia. O rastreamento e entrevistas feitas nos casos detetados na Áustria, Alemanha, França e Suécia, sugerem que os tomates cherry são “um possível veículo da infeção”.
Os tomates da salada em França e os cherry suspeitos de serem veículos de salmonela, foram rastreados até distribuidores na Alemanha, Países Baixos e Espanha, e a produtores deste vegetal nos Países Baixos, Espanha e Marrocos. O ECDC assinala que, na ausência de testes microbiológicos a tomates, não foi possível estabelecer o papel das empresas alimentares e produtores rastreados como fontes de infeção ou ponto de contaminação.
O Ministério da Agricultura assegura que a “DGAV está a acompanhar o surto em permanência” e que caso o produto seja colocado no mercado nacional “serão tomadas as medidas necessárias para proteger o consumidor, nomeadamente a retirada e recolha imediata do mercado”.
Para já, a DGAV está ” a seguir as recomendações emitidas pela DGS”, mas, sublinha o Governo, sempre que necessário serão emitidos alertas no portal da DGAV.
O ECDC assinala que a maioria dos casos teve notificação entre outubro de 2022 e março de 2023, pico do número de casos, mas em declínio desde dezembro do ano passado. Assim, o ECDC aponta que o risco de contaminação pelo consumo de tomate cherry é “baixo”.
Geralmente os seres humanos são infetados por salmonelas ao comer alimentos crus ou mal cozinhados. Os sintomas aparecem normalmente entre 12 a 36 horas após o consumo de alimentos contaminados com a bactéria, e incluem febre, diarreia, dor abdominal, náuseas e vómitos, que duram alguns dias.
A infeção raramente se revela fatal, sendo que idosos e pessoas com imunidade suprimida estão em maior risco.
O ECDC incentivou as autoridades de saúde pública ” a continuarem a envolver-se com as autoridades de segurança alimentar dos países onde foram relatados casos”.














