O Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) alertou recentemente ter recebido notificação de um surto de ‘Salmonella Senftenberg’ com 92 casos e uma morte contados, desde agosto do ano passado. As investigações associaram a transmissão do surto ao consumo de tomates cherry.
O organismo europeu detalha que a Alemanha registou o maior número de casos de salmonela, com 26. Houve ainda registo de infeções na Áustria (5), Bélgica (4), Chéquia (4), Estónia (1), Finlândia (12), França (16), Irlanda (1), Holanda (5), Noruega (1), Suécia (11), Reino Unido (4) e EUA (2).
O primeiro surto foi detetado em França, a 22 de agosto de 2022, relacionado com o consumo de uma salada que tinha tomate cherry e alface, e que tinha sido preparada dias antes, a 17 de agosto.
O caso mais recente foi detetado a 14 de junho deste ano, na Suécia. O rastreamento e entrevistas feitas nos casos detetados na Áustria, Alemanha, França e Suécia, sugerem que os tomates cherry são “um possível veículo da infeção”.
Os tomates da salada em França e os cherry suspeitos de serem veículos de salmonela, foram rastreados até distribuidores na Alemanha, Países Baixos e Espanha, e a produtores deste vegetal nos Países Baixos, Espanha e Marrocos.
O ECDC assinala que, na ausência de testes microbiológicos a tomates, não foi possível estabelecer o papel das empresas alimentares e produtores rastreados como fontes de infeção ou ponto de contaminação.
O organismo assinala que a maioria dos casos teve notificação entre outubro de 2022 e março de 2023, pico do número de casos, mas em declínio desde dezembro do ano passado. Assim, o ECDC aponta que o risco de contaminação pelo consumo de tomate cherry é “baixo”.
Geralmente os seres humanos são infetados por salmonelas ao comer alimentos crus ou mal cozinhados. Os sintomas aparecem normalmente entre 12 a 36 horas após o consumo de alimentos contaminados com a bactéria, e incluem febre, diarreia, dor abdominal, náuseas e vómitos, que duram alguns dias.
A infeção raramente se revela fatal, sendo que idosos e pessoas com imunidade suprimida estão em maior risco.
O ECDC incentivou as autoridades de saúde pública ” a continuarem a envolver-se com as autoridades de segurança alimentar dos países onde foram relatados casos”.
Até ao momento não foi contabilizado pelo ECDC em Portugal nenhum caso. A Executive Digest questionou o Ministério da Agricultura sobre se vai aplicar algumas medidas de controlo e sobre se há algum risco para os consumidores portugueses deste produto, encontrando-se a aguardar esclarecimentos nesse sentido.














