Supremo dos EUA rejeita plano de Biden de perdoar dívidas de empréstimos estudantis

Plano havia sido proposto pelo chefe de Estado Democrata para aliviar dificuldades económicas de jovens universitários, causadas pela pandemia de covid-19, mas foi contestado por procuradores-gerais de vários Estados governados por Republicanos

Executive Digest com Lusa
Junho 30, 2023
17:54

O Supremo Tribunal norte-americano rejeitou hoje o plano do Governo de Joe Biden de cancelar as dívidas estudantis de milhões de universitários.

Numa decisão da maioria conservadora do tribunal, e contestada pelas três juízas progressistas, o Supremo considerou que o Governo de Biden não tinha fundamento jurídico para aprovar tais medidas.

O plano havia sido proposto pelo chefe de Estado Democrata para aliviar dificuldades económicas de jovens universitários, causadas pela pandemia de covid-19, mas foi contestado por procuradores-gerais de vários Estados governados por Republicanos.

Numa decisão redigida pelo presidente do tribunal, John Roberts, a maioria dos magistrados ficou do lado do Estado de Missouri, que argumentou que a medida de cancelamento da dívida prejudicaria a receita de uma agência estadual que administra empréstimos estudantis.

Nesse sentido, explicou Roberts, a lei norte-americana permite ao secretário da Educação, Miguel Cardona, “fazer modestos ajustes e aditamentos aos regulamentos existentes (…), não transformá-los”.

Essas modificações, de acordo com Roberts, criaram “um novo plano fundamentalmente diferente para o perdão da dívida”.

Numa opinião divergente escrita pela juíza Elena Kagan e apoiada pelas juízas Sonia Sotomayor e Ketanji Brown Jackson, estas magistradas progressistas argumentam que “em todos os aspetos, o tribunal excede hoje o seu papel adequado e limitado na governação da nação”.

No final de agosto do ano passado, Biden anunciou que iria perdoar parte da dívida que milhões de universitários contraíram com o Governo federal para pagar os seus estudos.

Já a oposição argumentou que o plano custaria ao erário público 400 mil milhões de dólares (366,4 mil milhões de euros) nos próximos 30 anos.

Também hoje, o Supremo Tribunal decidiu que uma artista gráfica cristã que deseja criar ‘sites’ de casamento pode recusar atender casais do mesmo sexo.

O tribunal de maioria conservadora decidiu – por seis votos contra três – a favor da ‘designer’ Lorie Smith, à margem de uma lei estadual do Colorado que proíbe a discriminação com base em orientação sexual, raça, género e outras características. Smith argumentou que a lei viola os seus direitos de liberdade de expressão.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal colocou fim aos programas de discriminação positiva nas universidades, rejeitando a possibilidade de haver quotas de compensação para algumas minorias.

A maioria de seis magistrados conservadores (alguns indicados pelo ex-presidente Donald Trump) considerou inconstitucionais, contra a opinião dos três juízes progressistas, os procedimentos de admissão nas universidades pela cor da pele ou pela origem étnica dos candidatos.

Vários dirigentes Republicanos e organizações conservadoras dos EUA, encabeçados por Trump, saudaram a decisão do Supremo Tribunal de acabar com os programas de discriminação positiva nas universidades.

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