Os custos dos seguros de saúde para empresas em Portugal deverão registar um aumento médio de 10,3% em 2025, segundo o estudo “Custos dos Seguros de Saúde para as Empresas em Portugal”, desenvolvido pela Coverflex. O levantamento baseia-se nas respostas ponderadas de seguradoras que representam 87% do mercado nacional.
O estudo destaca que o seguro de saúde continua a ser um dos benefícios mais valorizados pelos colaboradores, desempenhando um papel cada vez mais relevante no employer branding e na atração e retenção de talento. No entanto, a subida de preços exigirá das empresas novas estratégias para gerir os custos sem comprometer a satisfação dos trabalhadores.
Entre as medidas apontadas para mitigar o impacto financeiro estão a renegociação de apólices, o redesenho das coberturas, a partilha de custos com os colaboradores através de franquias ou copagamentos, e a promoção de programas de literacia em saúde.
Fatores que impulsionam a subida dos custos
O estudo identifica vários fatores por detrás do aumento dos seguros:
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Inflação médica: subidas nos preços de consultas, exames, tratamentos especializados e dispositivos médicos.
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Concentração do setor privado: grandes grupos hospitalares, como CUF, Luz e Lusíadas, influenciam diretamente os valores contratados pelas seguradoras.
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Maior recurso ao setor privado: dificuldades no Serviço Nacional de Saúde levam mais pessoas a optar por seguros privados, elevando os custos médios por sinistro.
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Mudanças demográficas e epidemiológicas: envelhecimento da população ativa e aumento de doenças crónicas aumentam a procura por cuidados prolongados.
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Crescimento da saúde mental: a procura por consultas de psicologia e psiquiatria, impulsionada pelo impacto da pandemia, levou à ampliação das coberturas.
Tendências e soluções para as empresas
Segundo o estudo, as seguradoras têm apostado em medidas para garantir a sustentabilidade dos seguros, incluindo revisão de copagamentos, renegociação de preços e novos modelos de rede de prestadores. Entre as tendências de gestão destacam-se:
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Digitalização e análise de dados – Telemedicina, triagem online e inteligência artificial permitem reduzir custos e monitorizar sinistralidade quase em tempo real.
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Prevenção da saúde – Rastreamentos, programas de nutrição, incentivo à atividade física e apoio psicológico ajudam a reduzir sinistros a médio e longo prazo.
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Modelos híbridos – Coberturas base complementadas por upgrades voluntários financiados pelos colaboradores aumentam a flexibilidade e personalização dos benefícios.
O estudo reforça que, apesar do aumento contínuo dos custos, existem oportunidades para as empresas equilibrarem investimento financeiro e valorização do colaborador, garantindo a relevância do seguro de saúde no pacote de compensação.












