Conglomerado português atinge volume de negócios recorde de 8,2 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2025. CEO Cláudia Azevedo destaca disciplina, propósito e portefólio mais forte.
Crescimento sólido e disciplinado num contexto desafiante
A Sonae encerrou os primeiros nove meses de 2025 com um volume de negócios de 8,2 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 17% face ao período homólogo. O lucro líquido atribuível aos acionistas subiu 38%, para 200 milhões de euros, refletindo o reforço da rentabilidade operacional e a redução dos custos financeiros.
Durante o terceiro trimestre, as vendas cresceram 10% em termos comparáveis e 8% em termos absolutos, atingindo 2,9 mil milhões de euros, com destaque para o desempenho da MC, da Worten e da Musti — três das áreas que mais contribuíram para a expansão do grupo.
Cláudia Azevedo: “Crescemos com disciplina, propósito e foco em valor”
A presidente executiva, Cláudia Azevedo, afirmou que o grupo continua a demonstrar “capacidade para crescer com disciplina e propósito”, reforçando a coesão e a robustez do portefólio.
A líder da Sonae destacou que a empresa está “a colher os frutos de uma estratégia consistente e da integração bem-sucedida de novos negócios”, com resultados visíveis em todas as áreas de operação — do retalho alimentar à tecnologia, passando pelo imobiliário e telecomunicações.
EBITDA sobe 22% e rentabilidade atinge níveis recorde
O EBITDA consolidado atingiu 861 milhões de euros, mais 22% que em 2024, enquanto o EBITDA subjacente cresceu 29%, para 786 milhões de euros.
No terceiro trimestre, o grupo registou 336 milhões de euros de EBITDA, mais 13% face a 2024, apoiado pela melhoria operacional da MC e pelo crescimento da rentabilidade da NOS.
O rácio dívida líquida/EBITDA melhorou significativamente, com a dívida consolidada a recuar para 1,8 mil milhões de euros e o valor líquido dos ativos (NAV) a atingir 5 mil milhões de euros, um aumento de 9% por ação.
MC reforça liderança no retalho alimentar e beleza
A MC — que integra o Continente, a Wells, a Druni e a Arenal — manteve-se como o principal motor de crescimento do grupo, com um volume de negócios de 6,4 mil milhões de euros nos primeiros nove meses (+19,2%).
O Continente consolidou a sua liderança no retalho alimentar em Portugal, com vendas a crescer 10% no trimestre e aumento de volumes, enquanto as áreas de saúde e beleza registaram subidas de 12,3%, impulsionadas pelo bom desempenho da Druni e pela primeira loja da marca em Portugal.
A MC abriu 9 novas lojas alimentares e 28 de saúde e beleza desde o início do ano, reforçando a capilaridade da rede.
Worten cresce 7,9% e expande estratégia omnicanal
A Worten registou um crescimento de 7,9% no 3T25, sustentado pelo reforço das categorias core e pelo avanço das vendas online (+26%), que já representam 19% do total.
A marca lançou o programa “Worten Life”, integrado no Cartão Continente, e expandiu a iServices para o mercado holandês, com a abertura da primeira loja na Holanda. Desde o início do ano, foram inauguradas 21 novas lojas em cinco países.
Em outubro, a Sonae anunciou a nomeação de Minette Bellingan como nova CEO da Worten, sucedendo a Miguel Mota Freitas, numa transição elogiada por Cláudia Azevedo pela “continuidade e visão internacional”.
Musti cresce 14% e reforça liderança nórdica no mercado de pet care
A Musti continua a expandir a sua presença na Europa, com vendas a crescer 14,2%, atingindo 369 milhões de euros nos nove meses e 127 milhões no terceiro trimestre.
O grupo registou uma melhoria da margem EBITDA e um aumento das vendas online (+4,5%), que representam 22,4% do total das receitas. O bom desempenho foi impulsionado pela Pet City nos Bálticos e pela consolidação do posicionamento nos países nórdicos.
Sierra torna-se o segundo maior gestor de centros comerciais na Alemanha
A Sonae Sierra alcançou um marco estratégico com a aquisição da divisão de Real Estate Management da Unibail-Rodamco-Westfield (URW REM), tornando-se o segundo maior operador de centros comerciais na Alemanha.
O portefólio europeu apresentou crescimento das vendas dos lojistas de 6,1% (LfL) e taxas de ocupação próximas dos 100%, confirmando a solidez dos ativos.
A Sierra mantém seis projetos residenciais ativos em Portugal e Espanha e elevou o seu NAV para 1,2 mil milhões de euros (+7%).
NOS mantém rentabilidade e acelera inovação
A NOS registou receitas de 457 milhões de euros no terceiro trimestre e EBITDA de 223 milhões, um crescimento de 2,7% face ao ano anterior, apoiado por ganhos de eficiência e pela aposta em novas tecnologias.
A contribuição da NOS para as contas consolidadas da Sonae subiu 32%, com 23,4 milhões de euros em resultados de equivalência patrimonial, refletindo o forte desempenho operacional da operadora.
Investimento e impacto social em alta
Nos últimos 12 meses, a Sonae investiu 601 milhões de euros, sobretudo em expansão orgânica, inovação e internacionalização.
Em paralelo, o grupo destinou 25 milhões de euros à comunidade, através de programas de apoio alimentar e educativo, incluindo a 3.ª edição do Prémio Sonae Educação, que atribuiu 150 mil euros a quatro instituições portuguesas.
Com crescimento transversal, redução da dívida e investimento contínuo em inovação e impacto social, a Sonae encerra os primeiros nove meses de 2025 como um dos grupos empresariais mais fortes e diversificados da Península Ibérica.
“Continuaremos focados na execução da nossa estratégia e em aproveitar a força do nosso portefólio para captar novas oportunidades de crescimento”, concluiu Cláudia Azevedo.














