Alta oficial das NU denuncia violência sexual contra mulheres e crianças na Ucrânia. Riscos de tráfico humano são “alarmantemente evidentes”

Esta segunda-feira, Pramila Patten informou o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) de que as alegações de crimes sexuais continuam a crescer e que frequentemente são negligenciadas.

A Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Violência Sexual em Conflito Armado disse aos membros do CSNU que, até 3 de junho, a organização recebeu denúncias de 124 alegados atos de violência sexual na Ucrânia, sendo que as mulheres e as meninas são as principais vítimas, mas também homens e meninos têm sido alvos desses ataques.

Patten lamentou que continue a existir um fosso entre as resoluções do CSNU para prevenir esse tipo de crimes e “a realidade no terreno para os mais vulneráveis”. A responsável afirmou que uma linha de denúncias de violência doméstica, tráfico humano e discriminação de género instalada da Ucrânia recebeu “relatos chocantes”, entre eles de violações por grupos, enquanto familiares das vítimas eram obrigados a assistir aos atos de violência sexual.

A Representante Especial insta o CSNU a atuar prontamente e a priorizar a proteção e o apoio dos sobreviventes de violência sexual, e que não se pode esperar mais. Explicando que é muito difícil realizar registos muito precisos no contexto de um cenário de batalha em curso, Patten alerta que “se esperarmos por dados e estatísticas, será sempre tarde demais”.

“Não precisamos de dados concretos para uma resposta humanitária de maior escala, nem para que todas as partes coloquem em prática medidas preventivas”, sublinhou.

Destacando a Estrutura de Cooperação assinada no final da semana passada entre as NU e o governo da Ucrânia para prestar assistência às vítimas de violência sexual e combater esses crimes no país, Patten salientou que a comunidade internacional não deve descurar os riscos de eventos de tráfico humano, numa altura em que cerca de 6,8 milhões de ucranianos estão em fuga.

A Alta-Representante frisou que, desde o início da guerra na Ucrânia, têm sido “alarmantemente evidentes” os riscos de tráfico humano, incluindo para fins de exploração sexual e prostituição, pelo que “é crucial assegurar que o nível de foco político, bem como a alocação de recursos, está adequado à escala e à complexidade do problema”.

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