Afinal, o glifosato não é cancerígeno. Herbicida mais usado no mundo pode continuar a ser comercializado na UE, diz regulador
A Agência Europeia de Químicos (ECHA) disse esta semana que diz não existir justificação científica para classificar o glifosato como um produto carcinogénico. Autorização de uso do produto na União Europeia termina o final do ano, mas pode vir a ser renovada.
A informação é avança pelo ‘EUObserver’ e dá conta de que a posição assumida pela ECHA poderá influenciar o debate sobre a renovação das licenças de utilização do glifosato no bloco dos 27 europeus, em direção à continuação da sua utilização.
A substância é o herbicida mais utilizado em todo o mundo, mas em 2015 foi classificado pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro, da Organização Mundial da Saúde, como “provavelmente carcinogénico para humanos”. Esse pronunciamento levou a apelos em todo o mundo para banir a sua utilização. Em 2017, a União Europeia não chegou a acordo para renovar a licença de utilização do glifosato a 15 anos, como estava planeado, mas estendeu a utilização por mais cinco, até ao dia 15 de dezembro de 2022.
Em reação à avaliação da ECHA, a Pesticide Action Network – Europe, um coletivo de mais de 600 organizações não-governamentais que se dedicam a combater os efeitos dos pesticidas no ambiente, acusa o regulador europeu de “negar a ciência e desrespeitar a lei da UE”. A associação diz que a ECHA suportou a sua decisão “unilateralmente em estudos e argumentos da indústria”.
O glifosato é o agente ativo no herbicida RoundUp, marca comercializada pela Monsanto, adquirida pela Bayer em 2016. A farmacêutica alemã assegura que o seu produto de glifosato é seguro e que é um elemento fundamental para ajudar os agricultores a protegerem produções das consequências das alterações climáticas.