Santa Maria: Há um ano em obras, bloco de partos e Urgência de Obstetrícia afinal não vão abrir este verão

O encerramento do bloco de partos e da Urgência de Obstetrícia do Hospital Santa Maria ocorreu em agosto de 2023, mas as obras efetivas só começaram em outubro do mesmo ano. A previsão inicial apontava para a conclusão em março de 2024.

Revista de Imprensa
Maio 14, 2024
9:10

O Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, encontra-se em obras há quase um ano, gerando uma incapacidade de resposta às grávidas em trabalho de parto e a situações de urgência obstétrica. Este cenário, que tem afetado significativamente a oferta global de cuidados nesta área na Região de Lisboa e Vale do Tejo desde agosto do ano passado, com consequências que têm sido geridas em articulação com os hospitais Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) e Beatriz Ângelo, em Loures, deverá manter-se já que a conclusão das obras e abertura destas valências não vai acontecer este verão, como previsto.

O diretor do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia, Alexandre Valentim Lourenço, em declarações ao Diário de Notícias (DN), admitiu que as expectativas de retoma total das atividades durante o verão deste ano não serão alcançadas. “Estamos todos desejosos de começar a funcionar. A obra está a decorrer a bom ritmo, mas não estaremos em funções plenas neste verão como se esperava”, afirmou Lourenço.

Apesar dos esforços para cumprir os prazos, as obras enfrentaram contratempos. “Mesmo que a obra em paredes esteja pronta em julho, depois há a parte da obra para equipamento e certificação, que deve levar mais um mês ou dois”, explicou Lourenço, ressaltando a importância de garantir qualidade e segurança na retoma das operações.

O encerramento do bloco de partos e da Urgência de Obstetrícia do Hospital Santa Maria ocorreu em agosto de 2023, mas as obras efetivas só começaram em outubro do mesmo ano. A previsão inicial apontava para a conclusão em março de 2024, porém, os atrasos foram inevitáveis. “Apesar de nos dizerem que os prazos estavam a ser cumpridos, tal não aconteceu”, lamentou Lourenço.

As obras fazem parte de um projeto ambicioso para modernizar e expandir o Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Santa Maria, que gerou polémica e demissões no passado. Alexandre Valentim Lourenço assumiu a direção do serviço após as demissões ocorridas devido a discordâncias com o plano inicial.

O médico enfatizou a necessidade de um plano de verão bem estruturado para garantir uma resposta organizada e previsível. “Não podemos passar de uma maternidade fechada para a maior maternidade do país de um dia para o outro. Temos de fazer uma abertura gradual, por fases, bem-feita e de forma a contribuirmos positivamente para a resposta do Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Lourenço.

A Região de Lisboa e Vale do Tejo tem sido das mais afetadas pela falta de recursos na área materno-infantil. Alexandre Valentim Lourenço sublinhou a necessidade de uma reorganização que permita uma resposta efetiva e de maior proximidade às grávidas. “É necessária uma reorganização que permita uma resposta efetiva e de maior proximidade às grávidas, senão estas continuarão a saltar de um lado para o outro”, alertou.

A criação de oportunidades de carreira no Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi também destacada como uma medida crucial para atrair e reter profissionais. “Os recursos humanos que saem do nosso hospital e de outros vão quase todos para a medicina privada, porque ganham entre três a cinco vezes mais do que no serviço público nesta área”, explicou Lourenço.

Atualmente, uma task-force liderada pela ministra Ana Paula Martins está a desenvolver um Plano de Emergência e um Plano de Verão para melhorar a resposta do SNS e enfrentar os desafios na área da saúde.

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