Rússia duplica gastos com Defesa em 2023 devido ao aumento do custo da guerra na Ucrânia: 37,3% de toda a despesa no primeiro semestre

Gastos com defesa nos primeiros seis meses de 2023 totalizaram 54 mil milhões de euros, 37,3% de um total de 145 mil milhões de euros gastos nesse período

Francisco Laranjeira
Agosto 4, 2023
15:36

A Rússia duplicou os seus gastos com Defesa em 2023, para mais de 100 mil milhões de dólares (cerca de 91,4 mil milhões de euros) – um terço de todos os gastos públicos -, segundo revelou esta sexta-feira a agência ‘Reuters’. De acordo com os números, o Kremlin gastou, apenas no primeiro semestre de 2023, mais 12% em defesa do que os quase 50 mil milhões de euros originalmente planeados para 2023.

Assim, os gastos com defesa nos primeiros seis meses de 2023 totalizaram 54 mil milhões de euros, 37,3% de um total de 145 mil milhões de euros gastos nesse período: recorde-se que o plano orçamental da Rússia previu 17,1% do total de fundos gastos em Defesa Nacional.

O aumento dos custos da guerra está a sustentar a modesta recuperação económica da Rússia neste ano, devido a uma maior produção industrial, mas já levou as finanças russas a um déficit de cerca de 25,5 mil milhões de euros – um número agravado pela queda nas receitas de exportação.

Os gastos superiores com defesa, devido à “operação militar especial” na Ucrânia, podem aumentar ainda mais o déficit, enquanto a indústria militar para o esforço de guerra pode ‘canibalizar’ outros setores e expulsar o investimento privado.

De acordo com os dados, os gastos orçamentais foram 23,2 mil milhões de euros a mais do que em igual período de 2022, sendo que 97,1% desse valor extra foi direcionado para o setor da Defesa.

Entre 2011 e 2022, a Rússia gastou no mínimo 13,9% e no máximo 23% do seu orçamento em Defesa. Nesta altura, já gastou 57,4% do seu orçamento anual de Defesa.

A Rússia, tradicionalmente exportadora, normalmente regista superávits orçamentais mas vai registar déficit pelo segundo ano consecutivo, com o valor das exportações de energia a caírem 47% em relação ao ano anterior no primeiro semestre.

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