A sensibilização dos portugueses para a cibersegurança e a privacidade online não melhorou desde o ano passado, revelou esta terça-feira um estudo da empresa de cibersegurança NordVPN. Face a 2024, os portugueses caíram do 3º para o 6º lugar, ficando ainda mais atrás dos líderes mundiais.
O estudo destacou que os portugueses são excelentes a criar palavras-passe fortes (97%) e lidar com ofertas suspeitas de serviços de streaming (95%), mas apenas 9% conseguem identificar os problemas de privacidade na utilização de IA no trabalho. Com base no Teste Nacional de Privacidade realizado em Portugal este ano, a pontuação global é de 57 em 100 pontos, um ponto abaixo do ano anterior.
O Teste de Privacidade Nacional (TPN) anual é um inquérito global de acesso livre, concebido para avaliar a sensibilização das pessoas para a cibersegurança e a privacidade online, bem como para educar o público sobre as ciberameaças e a importância da segurança dos dados e da informação. A edição de 2025 analisou 30.792 respostas em 186 países.
“A IA aumentou os riscos online, mas os princípios básicos da segurança não mudaram. As pessoas estão a melhorar a capacidade de detetar fraudes, mas muitas continuam a ignorar atualizações ou a reutilizar palavras-passe, e são exatamente essas pequenas lacunas que os criminosos exploram”, apontou Marijus Briedis, diretor de tecnologia (CTO) da NordVPN. “O teste tem como objetivo a consciencialização das pessoas em todo o mundo sobre as ciberameaças e a oferta de orientações claras e práticas para reduzir os riscos de fraude, recolha de dados, vigilância e outras ameaças online.”
Estes países estão nos três primeiros lugares em termos de sensibilização para a cibersegurança e a privacidade online:
1. Lituânia (62/100)
2. Singapura e Índia (61/100)
3. Polónia e Finlândia (60/100)
Os portugueses lidam bem com ofertas de serviços suspeitos, mas falham nas questões de privacidade relacionadas com a IA
Os resultados revelaram que os portugueses sabem bem como criar palavras-passe fortes (97%), como lidar com ofertas suspeitas de serviços de streaming (95%) e que dados devem partilhar com as suas aplicações através das respetivas permissões (93%).
No entanto, apenas 9% dos portugueses têm consciência das questões de privacidade a considerar quando utilizam a IA no trabalho. Além disso, apenas 12% sabem quais são os dados recolhidos pelos fornecedores de serviços de Internet como parte dos metadados e só 16% sabem como proteger a sua rede Wi-Fi doméstica. Apenas 28% conseguem identificar um site de phishing.
Entre os portugueses, 1% são Cyber Wanderers (conhecimentos mínimos), enquanto a maior parte (70%) obteve 50–74 pontos, enquadrando-se na classificação Cyber Adventurers, com conhecimentos mas com margem para melhorar. A percentagem de Cyber Stars foi de 9% este ano, ligeiramente superior à do ano passado (8%), mas ainda abaixo da média global de 10%.
Em comparação com o ano passado, os portugueses ganharam conhecimento sobre as ferramentas de privacidade online, com um aumento de sete pontos percentuais (para 35%), o reconhecimento das burlas baseadas na IA aumentou seis pontos (para 65%) e o conhecimento de como os dispositivos podem ser infetados com malware subiu quatro pontos (para 90%).
No entanto, a compreensão de como proteger a rede Wi-Fi doméstica diminuiu cinco pontos (para 16%), a consciência da importância de ler as condições de serviço das aplicações e dos serviços online diminuiu quatro pontos (para 30%) e o conhecimento de onde guardar as palavras-passe em segurança também diminuiu quatro pontos (para 23%).
Medidas para aumentar a segurança e a privacidade online
Marijus Briedis, da NordVPN, partilha uma série de medidas a tomar para melhorar a sua privacidade e segurança online:
1. Crie palavras-passe únicas e fortes. Utilize palavras-passe únicas e fortes para cada uma das suas contas online. Além disso, utilize um gestor de palavras-passe e, se possível, configure um início de sessão com chave de acesso para as suas contas.
2. Ative a autenticação multifator (MFA). Reforce a segurança da sua conta ao ativar a autenticação multifator. Este método acrescenta uma camada extra de proteção, ao exigir uma forma adicional de verificação.
3. Mantenha o seu software atualizado. Atualize regularmente o software, sistemas operativos e aplicações. Isto ajuda a corrigir vulnerabilidades e a garantir que as atualizações de segurança são aplicadas.
4. Utilize uma rede privada virtual (VPN). Utilize sempre uma VPN para encriptar a sua ligação à Internet, protegendo as suas informações pessoais de potenciais espiões.
5. Verifique as definições de privacidade. Verifique e ajuste regularmente as definições de privacidade nas plataformas de redes sociais, aplicações móveis e outros serviços online.
6. Informe-se sobre a cibersegurança. A aprendizagem contínua permite tomar decisões informadas sobre a proteção da sua presença online.













