O que é a inflação e como pode afetar as suas poupanças?
Lembra-se de como na década de 1990 com o equivalente a 5 euros (1.000 escudos) dava para adquirir muitos mais bens e serviços do que hoje em dia? O preço de bens como casas e bilhetes de cinema, por exemplo, tende a subir ao longo do tempo. Este fenómeno acontece devido à inflação.
O que é a inflação?
A inflação é um conceito que designa um aumento generalizado dos preços dos bens e serviços numa economia de mercado. Portanto, se apenas o preço de alguns bens ou serviços específicos aumentar, tal não significa que se verifique inflação.
Numa situação de inflação, o valor do dinheiro desde – com um euro compra-se menos do que anteriormente -, pelo que o poder de compra dos consumidores diminui.
Num contexto de crise económica, os preços tendem a descer, uma vez que as famílias (especialmente as que têm menos rendimentos) começam a consumir menos, causando uma contração na procura. Inversamente, quando a economia se encontra em expansão, é natural que os preços aumentem, uma vez que as famílias tendem a consumir mais (aumentando, consequentemente, a procura pelos diversos bens e serviços).
Que bens se encontram contabilizados para o cálculo da inflação?
Para medir a inflação são tidos em conta:
- Serviços (tais como seguros, centros de estética e arrendamento de casas);
- Bens de consumo frequente (por exemplo: produtos alimentares e combustível);
- Bens de consumo duradouro (tais como eletrodomésticos e vestuário).
A taxa de inflação na Zona Euro é calculada todos os meses pelo Eurostat através do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que representa um “cabaz” de produtos (contabilizando cerca de 700 bens e serviços como medicamentos, transportes e habitação, por exemplo) que reflete a despesa média das famílias nesta área monetária.
Em Portugal, a entidade que calcula e divulga o valor da inflação através do Índice de Preços no Consumidor (IPC) é o Instituto Nacional de Estatística.
Sabia que a inflação pode ser inimiga das suas poupanças?
Cada família tem os seus hábitos de consumo. Naturalmente, uma família mais numerosa que precise de gastar mais eletricidade em casa irá sentir muito os efeitos de um aumento dos preços neste serviço face a um agregado familiar com menos membros. O mesmo acontece se os preços dos combustíveis subirem no caso de famílias que vivem em zonas rurais sem transportes e que precisem de usar viatura própria para se deslocarem diariamente.
Não obstante os padrões de consumo, um aumento generalizado nos preços dos bens e serviços gera uma diminuição do valor do dinheiro, o que faz com que as poupanças das famílias também percam o seu valor.
Se apenas deixar o dinheiro numa conta-poupança normal ou mesmo na conta à ordem sem render juros, o dinheiro que está a poupar eventualmente perderá valor devido à inflação, o que é praticamente equivalente a ter as suas economias “debaixo do colchão”.