Reino Unido vai ter eleições antecipadas a 4 de julho, anuncia primeiro-ministro

Rishi Sunak deverá comunicar data do novo sufrágio esta tarde, avança o The Guardian.

Pedro Gonçalves
Maio 22, 2024
16:37

O Reino Unido vai ter eleições antecipadas este verão. O primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou esta quarta-feira o novo sufrágio, que está marcado para dia 4 de junho.

“Assumi o cargo sobretudo para restaurar a estabilidade económica. A estabilidade económica é a base de qualquer sucesso futuro. Quer se trate do aumento dos salários e de bons empregos, do investimento nos nossos serviços públicos ou da defesa do país”, indicou Sunak à porta do número 10 de Downing Street.

“Chegou o momento de o Reino Unido escolher o seu futuro, de decidir se quer aproveitar os progressos alcançados ou arriscar-se a voltar à estaca zero, sem um plano e sem certezas”, afirmou numa declaração em Downing Street, onde funcionam o gabinete e residência oficial, após reunir o conselho de ministros.

O líder britânico explicou depois que o rei Carlos III concedeu a dissolução do Parlamento, que acontecerá a 30 de maio, e assentiu que as eleições sejam marcadas para dia 4 de julho.

“Reduzimos os impostos sobre o investimento e aproveitámos as oportunidades do Brexit para tornar este o melhor país do mundo para desenvolver um negócio, investimos montantes recorde de financiamento no nosso SNS e garantimos que este está agora a formar os médicos e enfermeiros de que necessita nas décadas vir”, continuou Sunak, que depois apontou baterias à oposição.

Esta será a oportunidade de Keir Starmer, líder trabalhista, tentar tomar o poder aos conservadores, que estão no Governo britânico há 14 anos.

“Não posso dizer o mesmo do Partido Trabalhista porque não sei o que oferecem. E na verdade acho que vocês também não sabem. E isso é porque eles não têm nenhum plano. Não há ação ousada. E, como resultado, o futuro só pode ser incerto”, alertou.

“No dia 5 de julho, Keir Starmer ou eu seremos primeiro-ministro. Ele mostrou repetidas vezes que escolherá o caminho mais fácil e fará qualquer coisa para obter poder”, acusou Sunak.

O Partido Trabalhista está cerca de 20 pontos percentuais à frente nas sondagens, que indicam que Starmer deverá tornar-se o próximo primeiro-ministro, após as transformações encetadas no grupo, após a derrota histórica de há quase cinco anos, em que Corbyn foi esmagado por Boris Johnson.

O primeiro-ministro, que há muito tempo afirmava que a sua “suposição de trabalho” era que as eleições seriam realizadas na segunda metade do ano, era anteriormente considerado mais propenso a esperar até ao outono e apresentar um orçamento com cortes de impostos antes de convocar eleições.

No entanto, fontes internas do governo sugeriram ao The Guardian que Sunak foi persuadido de que, com o cenário económico com improváveis melhoras significativas antes do outono e com questões sobre a implementação do seu polémico esquema de deportação de imigrantes para o Ruanda, seria melhor avançar agora.

O anúncio acontece após dados económicos positivos nas últimas semanas, nomeadamente o fim da recessão graças a um crescimento de 0,6% no primeiro trimestre, e a queda da taxa de inflação em abril para 2,3%, o nível mais baixo em quase três anos.

Sunak saudou o número como um sinal de que o seu plano económico está a funcionar.

A legislação britânica dava ao Governo até ao final de maio de 2025 para a realização de eleições e a maioria dos analistas previa que o primeiro-ministro teria interesse em atrasar a data o máximo possível.

Fontes sugerem que o “wash-up”, período em que o governo finaliza partes menos controversas da legislação, ocorrerá na próxima semana antes da dissolução do parlamento.

reação dos trabalhistas
Antecipando o anúncio, ainda , um porta-voz de Starmer afirmou: “Estamos totalmente prontos para ir sempre que o primeiro-ministro convocar eleições. Temos uma campanha totalmente organizada e operacional pronta para arrancar. E achamos que o país está a clamar por uma eleição geral, por isso insto o primeiro-ministro a avançar com isso.”

Já depois de oficializado o anúncio Keir Starmer prometeu que “só a mudança com o Partido Trabalhista poderá trazer o futuro de volta ao Reino Unido”.

*Com Lusa

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